O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) contratou uma das principais dirigentes do mundo para atuar como consultora na preparação do país para os Jogos do Rio-2016.
A entidade contará com os serviços de Sue Campbell, 65, ex-presidente da UK Sport, um dos dois órgãos que comandam o esporte britânico.
Ela foi indicada ao COB por Sebastian Coe, que presidiu o Comitê Organizador dos Jogos de Londres e hoje é chefe da Associação Olímpica Britânica, o outro órgão que gere o esporte de sua nação.
Campbell, que recebeu o título de baronesa na década passada, virá ao Brasil três vezes no primeiro semestre de 2014: em janeiro, abril e maio. As visitas serão mais frequentes à medida que a Olimpíada se aproximar.
O COB considera a contratação de Campbell “estratégica”. Primeiro por achar que o nome dela vai dar mais credibilidade aos projetos existentes. E também porque ela tem experiência em “multiplicação de medalhas”.
A exemplo do Brasil, a Grã-Bretanha não era uma potência olímpica quando Londres ganhou o direito de organizar a Olimpíada, em 2005.
Nos Jogos de Atenas, em 2004, haviam obtido 30 medalhas, das quais nove ouros.
Os britânicos traçaram um planejamento para direcionar investimentos com base em desempenho e, assim, melhorar no quadro de medalhas. Campbell foi a responsável pela elaboração.
Deu certo. Em oito anos, o número de medalhas dobrou.
Foram 47 nos Jogos de Pequim, em 2008, e 65 pódios nos de Londres, em 2012.
O COB sonha com um resultado assim. Até porque fixou um objetivo ousado para a delegação na Olimpíada do Rio: ficar entre as dez primeiras no quadro de medalhas.
Na Olimpíada de 2012, o Brasil obteve 17 medalhas, das quais só três de ouro.
“Campbell nos auxiliará com sua experiência em relação à vantagem de competir em casa, que foi um caso de sucesso do time britânico em Londres”, resumiu Marcus Vinícius Freire, diretor-executivo de esporte do COB.
“Ela será um ótimo reforço para a execução do planejamento do COB visando aos Jogos Olímpicos do Rio-2016.”
Segundo o dirigente, não caberá a Campbell criar novos projetos, mas sim aperfeiçoar os que estão em execução. Ela chefiará uma integração entre áreas de performance esportiva, planejamento e infraestrutura.
Não é a primeira vez que o COB recorre a um estrangeiro para definir planejamentos. No ciclo até Londres-2012, o comitê contratou o norte-americano Steve Roush, ex-diretor de alta performance do comitê olímpico dos EUA.
Partiu de Roush a ideia de o Brasil alugar o Crystal Palace, que foi usado como centro de treinamento exclusivo durante a última Olimpíada.