Bernardinho diz que saída de jogadores do Rio prejudica seleção, mas não vê crise no vôlei

Por Marcel Merguizo

O técnico da seleção brasileira masculina e do time feminino de vôlei do Rio, Bernardinho, lamentou a saída de seu filho, o levantador Bruninho, e outros três atletas do RJ Vôlei devido à crise financeira do time campeão da Superliga.

Segundo o treinador, a saída dos jogadores do Rio atrapalha inclusive a própria seleção brasileira. Leandro Vissotto, que foi para a Coreia do Sul, Maurício, para a Turquia, e Bruninho, para a Itália, já foram convocados por Bernardinho. Thiago Sens, que deixou o Rio para jogar nos Emirados Árabes Unidos, jogou apenas nas seleções de base.

“Sinto muito que o Bruno e outros jogadores estejam indo embora. Como pai, fiquei triste, mas como treinador sei que o Bruno vai jogar em bom nível. Tínhamos a vantagem dele e os demais que jogam pela seleção estarem perto, atuando juntos”, disse Bernardinho por meio da assessoria de imprensa do time.

Todos os atletas saíram do Rio em razão dos quatro meses de salários atrasados na equipe que, até outubro, era patrocinada pela OGX, petrolífera do grupo presidido pelo empresário Eike Batista.

“Para mim, este assunto deveria estar sendo debatido na editoria de economia. O patrocinador master da equipe não honrou seus compromissos, seus contratos pelos motivos que todos conhecem: uma grande empresa que pediu recuperação judicial. Não é uma questão ligada ao vôlei em si. Certamente não é uma imagem boa para o vôlei, mas não é uma crise no esporte. Na equipe que eu dirijo, por exemplo, só tenho a agradecer à Unilever, nosso patrocinador, pela solidez, pela parceria de quase duas décadas”, afirmou o treinador.

O ex-time de Eike Batista é o atual campeão da Superliga e, na temporada deste ano, está na quarta colocação. Já a equipe comandada por Bernardinho, também atual campeã da Superliga, está em terceiro na competição 2013/2014.

Bernardinho também negou a possibilidade de ser candidato ao governo do Rio nas eleições deste ano.

“Primeiro de tudo é que não me candidatei nem me coloquei à disposição para nada. Me convidaram para isso e muitas pessoas gostariam que eu aceitasse, mas eu não me sinto o mais capaz para assumir nada disso. Nunca me vi como candidato e essa questão da candidatura está longe da minha realidade. Por mais que a pressão esteja grande, as pessoas falem, não sou o mais indicado”, disse, também via assessoria de imprensa.

O treinador vem sofrendo pressão do PSDB. Ele se filiou ao partido em agosto do ano passado e é visto pelo senador Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à Presidência pelo partido, como o palanque ideal no Rio.

“Sempre disse que gostaria de fazer minha parte, de ajudar, mas não vejo transformação na candidatura de A ou de B. Temos que fazer, cada um de nós, a nossa parte. Tento fazer a minha da melhor forma possível e espero sempre que isso possa influenciar positivamente as pessoas. Quando vejo, nas ruas, a turma avançando um simples sinal vermelho, penso que ainda estamos longe. Aquela pequena atitude dá um sinal de que aqui se pode avançar qualquer sinal que não tem problema.”

 

Bernardinho e Bruninho conversam durante jogo da seleção
Bernardinho e Bruninho conversam durante jogo da seleção