O golfe volta à Olimpíada em 2016, após ser disputado nos Jogos de 1900 e 1904.
O Brasil, porém, ainda não tem a garantia de que terá uma representante entre as mulheres no Rio.
A golfista brasileira com a melhor tacada a dois anos e meio dos Jogos Olímpicos é Victoria Alimonda Lovelady, 27.
Paulista que se mudou para os EUA aos 16 anos, profissional desde 2011, Victoria disputava o Symetra Tour, circuito norte-americano de acesso ao LPGA (a principal liga profissional do mundo).
Em 2014, entretanto, decidiu “arriscar” com o “apoio da família” e vai competir no circuito europeu. Insatisfeita com a dificuldade de conseguir pontos no ranking mundial e de alcançar bons prêmios em dinheiro nos Estados Unidos, ela vai jogar em outros continentes.
“As bolsas do LET [Ladies European Tour] são muito melhores. Ainda estou à procura de patrocinadores, mas pelo tour europeu ser um dos principais circuitos mundiais feminino e ser televisionado, creio que os patrocinadores virão”, disse Victoria à Folha.
Ela está treinando nos campos do São Fernando e do São Paulo Golfe Clube neste mês e vai estrear no tour europeu em março, no Marrocos. A competição começa em 31 de janeiro, na Nova Zelândia, com premiação de 200 mil euros (R$ 620 mil).
Até dezembro o tour ainda passa por Austrália, China e África do Sul, mas se concentra na Europa em um total de 22 etapas. Algumas premiações superam os 2 milhões de euros (mais de R$ 6 milhões).
“É um tour de elite. Eles dão muitos pontos para o ranking mundial, é o tour que mais dá pontos depois do LPGA. Ou seja, Olimpíada aí vamos nós”, afirma, confiante, a brasileira.
Além de Victoria, o Brasil tem apenas mais uma profissional jogando algum circuito atualmente: Maria Priscila Iida, 34, no Japão.
Uma aposta brasileira é o retorno de Angela Park, 25, às competições. Nascida em Foz do Iguaçu, filha de sul-coreanos, Angela foi eleita a caloura do ano da LPGA em 2007 e chegou a ser 14ª do ranking mundial.
Em 2010, porém, abandonou a carreira e foi trabalhar como recepcionista em um hotel da Califórnia. Ano passado ela tentou voltar a competir, mas não foi bem. À Folha, em novembro, Angela disse que vai tentar conquistar uma vaga para a Olimpíada do Rio.
O problema do país-sede da próxima olimpíada é não ter uma golfista no ranking mundial atualmente, pré-requisito para a disputa dos Jogos do Rio. Até o fim do ano eram mais de 800 golfistas de 46 países na listagem. Entre os homens, há brasileiros ranqueados.
Por esse motivo, ano passado, a CBG (Confederação Brasileira de Golfe) pediu um convite junto à IGF (Federação Internacional da modalidade) para ter ao menos uma mulher defendendo o país no campo que está sendo construído na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).