Por que o COI tem motivos para se preocupar com o Rio

Por Marcel Merguizo

O novo presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, cobrou nesta terça-feira em encontro com Dilma Rousseff mais pressa na organização dos Jogos do Rio.

Bach foi diplomático e elegante, mas frisou que o momento de executar é agora.

O COI tem razão em se preocupar. Ao comparar prazos e entregas da Rio-2016 e de Londres-2012, os britânicos tiveram um cronograma um tanto mais adiantado.

O Olímpicos fez um levantamento de como estavam as obras esportivas dos súditos da Rainha a mil dias de sua Olimpíada e cotejou com as do Rio no mesmo período. Os dados são dos comitês organizadores dos dois eventos.

A mil dias, Londres tinha um percentual de conclusão de seu Parque Olímpico que ultrapassava 50%. O do Rio ainda está longe disso.

Basta verificar que a cidade lançou só em dezembro o edital para a construção do centro aquático, que é uma das instalações do Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

Em Londres, as piscinas foram inauguradas em julho de 2011, um ano antes do evento. As do Rio têm previsão para serem abertas em fevereiro de 2016, seis meses antes das competições.

O que mais salta à vista é que, em Londres, as obras do centro aquático tiveram início quatro anos antes dos Jogos. As do Rio têm expectativa de começar em setembro deste ano, ou seja, um ano e 11 meses antes.

O velódromo é outro caso. Londres entregou-o em fevereiro de 2011, um ano e cinco meses antes da cerimônia de abertura. A capital fluminense abrirá o seu em agosto de 2015, um ano antes.

No caso das vilas olímpicas, as datas são quase iguais. Londres abriu os portões sete meses antes; 2016 quer fazê-lo a seis meses do acendimento da pira olímpica.

O centro de imprensa londrino ficou pronto em julho de 2011 (um ano antes), e o carioca ficará 11 meses antes. Nesse caso, porém, se justifica. Manter uma estrutura enorme sem uso custa caro.

Os casos citados não são muitos, mas a importância de tais instalações é enorme para os Jogos.

O Rio, o que é salutar, tem muitas instalações prontas, que precisam de reformas: Maracanã (cerimônias e futebol), Engenhão (atletismo), Riocentro (levantamento de peso, boxe e outros) e Maracanãzinho (vôlei), entre outros.

Mas, até aí, Londres também tinha (Wembley e a ExCel Arena, para ficar em poucos exemplos).

Ah, por último mas não menos importante. A Rio-2016 vai divulgar a partir desta quinta-feira o orçamento oficial dos Jogos. A esta altura do campeonato, Londres já o tinha.

 

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