Recordista, Matheus Santana descarta seguir medalhões e ir para o exterior

Por Paulo Roberto Conde
Matheus Santana comemora a vitória nos 100 m livre com marca que é novo recorde mundial júnior (48s35), no Rio (Crédito: Satiro Sodre/SSPress)
Matheus Santana comemora a vitória nos 100 m livre sexta-feira, no Rio, com marca que é novo recorde mundial júnior (48s35) (Crédito: Satiro Sodre/SSPress)

O nadador carioca Matheus Santana bateu na noite de sexta-feira mais uma vez -a terceira- o recorde mundial júnior dos 100 m livre ao cravar 48s35 no Campeonato Brasileiro Júnior e Sênior, no Rio.

No final de abril, ele já quebrado a marca duas vezes ao nadar 48s85 e 48s61 no Troféu Maria Lenk, em São Paulo.

Nova sensação da natação brasileira, ele tem se aproximado da elite mundial a braçadas largas. Matheus, porém, quer seguir uma trajetória diferente.

Ele não tem planos de morar e treinar no exterior. “Antes o esporte fora do Brasil era muito mais desenvolvido. Hoje está de igual para igual. Acho que não penso em ir para fora, não”, disse Matheus ao blog antes do Maria Lenk.

Aos 18 anos, ele defende a Unisanta, de Santos (SP), e não tem planos de deixar a cidade litorânea tão cedo.

Se de fato continuar no Brasil, Matheus será uma exceção. Os principais velocistas brasileiros da atualidade se formaram ou treinam nos EUA.

Cesar Cielo, recordista mundial dos 50 m e 100 m livre, despontou no cenário internacional enquanto estudava e treinava na Universidade de Auburn, no Alabama (EUA).

Auburn é considerada uma “meca” para os nadadores velozes. Atualmente, Cielo mora e treina em Belo Horizonte (no Minas Tênis Clube), mas vira-e-mexe compete e treina lá pela América do Norte.

Bruno Fratus, quarto colocado nos 50 m livre nos Jogos de Londres-2012, desde janeiro se mudou para… Auburn! Lá, sob comando do australiano Brett Hawke, tem tido melhora em seus fundamentos e dado resultado.

No Maria Lenk, ele nadou os 50 m em 21s45, segunda melhor marca do ano (atrás apenas de Cielo, que cravou 21s39).

Fratus tem como companheiro, em Auburn, Marcelo Chierighini, que no Mundial de Barcelona-2013, foi finalista nos 100 m livre e é outra boa aposta para a Rio-2016.

Não para por aí.

João de Lucca sagrou-se recentemente campeão universitário nos EUA nos 100 m e nos 200 m livre. Lá na América do Norte, ele defende a Universidade de Louisville.

E a tradição nem é recente.

No passado,  ainda na década de 90, Gustavo Borges foi uma das grandes estrelas da Universidade de Michigan. Foi nela que o paulista deu a largada para suas quatro medalhas olímpicas.