Zé Roberto aponta 10 favoritos no Mundial e diz que já pensa na Rio-2016

Por Marcel Merguizo

José Roberto Guimarães comanda, a partir desta terça-feira (23), às 15h, a seleção de vôlei em busca do único título importante que ainda falta na carreira dele e da equipe feminina: o Mundial.

Da Itália, onde o Brasil estreia contra a Bulgária, em Trieste, Zé Roberto apontou ao blog Olímpicos dez seleções como favoritas ao título Mundial e disse que, apesar da busca por este ouro inédito, já está com a cabeça na Olimpíada do Rio, em 2016.

Zé Roberto orienta jogadoras durante Grand Prix, neste ano
Zé Roberto orienta jogadoras durante Grand Prix, neste ano

 

Olímpicos – Você é tricampeão olímpico, tem sete títulos do Grand Prix, uma Liga Mundial, duas Copas dos Campeões, mais Pan, Sul-Americanos etc. E dois vice-campeonatos Mundiais com a seleção feminina. Pessoalmente, o Mundial é o título que falta na sua carreira? 

Zé Roberto – Se pensarmos somente em seleção e no que foi disputado até agora posso dizer que sim.

 

Como a seleção brasileira é a atual bicampeã olímpica e também bi-vice-campeã do Mundial, você acredita que há uma cobrança interna das próprias jogadoras para conquistar o título este ano?

O título do Mundial é importante e um objetivo desse grupo. Agora, acredito que também tem outros times que são capacitados para serem campeões e que também estão treinando para vencer, portanto tudo pode acontecer e vai depender do momento. O importante é fazermos o melhor Mundial possível jogando bem. Isso é fundamental.

 

Este grupo (incluindo você e a maior parte das meninas da seleção) terá outra chance de conquistar um título Mundial visto que é uma geração deve ir somente até a Olimpíada do Rio-2016?

O Mundial é um título muito importante, mas a minha cabeça já trabalha em função dos Jogos Olímpicos de 2016. O Mundial está no meio do caminho e é um título que ainda não temos e acredito que se merecermos seremos campeões.

 

A fórmula de disputa deste Mundial vai privilegiar equipes com melhor preparo físico? 

Nós tentamos fazer uma preparação física adequada, além da preparação técnica e tática. Esse é um campeonato longo. Os times que chegarem à final vão fazer 13 jogos. O mais importante é ter o grupo inteiro até o final, ou seja, que nenhuma jogadora se lesione.

 

Quais seleções você apontaria como favoritas ao título neste Mundial?

Acho que o campeonato nesse ano está mais equilibrado e difícil do que as últimas edições. O sistema de disputa é diferente. As equipes vão levar pontos para as próximas fases, portanto tudo pode acontecer. Nós estamos no grupo considerado o mais difícil. Sérvia, Bulgária, Turquia, Rússia, Estados Unidos, Itália, que joga em casa, Japão, que subiu muito de produção, China, que apesar de ter um time jovem é muito talentoso, Alemanha, que vai incomodar todas as equipes, e o Brasil são as favoritas na minha opinião. Acredito que esse campeonato depende também da sorte, dos times caírem em grupos mais adequados nos sorteios.

 

A rivalidade recente com a Rússia é trabalhada de qual maneira dentro do grupo? De alguma forma vocês todos vão evitar falar sobre as russas até um possível encontro com elas e para evitar polêmicas ou comparações?

Não existe polêmicas e comparações. Existe, sim, um time que é extremamente competitivo, que é a Rússia, que ganhou duas edições do Mundial consecutivas. Estamos falando pontualmente do Mundial, mas nós vencemos a Rússia nos dois últimos Jogos Olímpicos. Por isso, o jogo com a Rússia sempre será cercado de expectativas porque são duas equipes credenciadas para chegar nas decisões.

 

Por que a escolha de Belluno para os treinamentos da seleção neste início de Mundial, quando o Brasil joga em Trieste?

Escolhemos a cidade de Belluno por ser próxima da nossa sede na primeira fase. Estamos a apenas 1h30 de ônibus de Trieste. A infraestrutura da cidade em termos de ginásio, academia, alimentação e transporte é muito boa. Além disso, estamos em uma cidade linda, cercada por montanhas e com ar puro. Minha história com Belluno começou em 1979 quando tive um convite do Sai Marcolin para jogar na Itália. Eu tinha sido indicado pelo William (ex-levantador – vice-campeão olímpico em Los Angeles/1984) que também estava jogando na Itália. Eu aceitei a proposta e fiquei duas temporadas aqui. Fiz bons amigos em Belluno e foi uma grande experiência profissional e de vida.