Brasileiro joga na Bundesliga por pódio na Rio-2016… no tênis de mesa

Por Paulo Roberto Conde

O mesa-tenista Hugo Calderano surgiu nos últimos anos como promessa para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Em agosto, ratificou a condição ganhar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China. O evento é restrito a atletas entre 15 e 18 anos, justamente a idade de Hugo.

Antes, em junho, havia conquistado o título sub-21 do Aberto do Japão, um dos principais do mundo.

Os bons resultados recentemente o alçaram à 57ª posição do ranking mundial em listagem atualizada pela federação internacional em setembro.

Mas, para ascender a um outro patamar, que talvez o leve à disputa por medalhas em 2016, Hugo decidiu se arriscar.

Neste segundo semestre, ele se mudou para a Alemanha, onde já disputa a Bundesliga. Sim, o torneio nacional leva o mesmo nome da famosa liga de futebol germânica.

E o nível também é parecido.

A Bundesliga do tênis de mesa dura dez meses, tem dez equipes, as rodadas ocorrem nos finais de semana, há rebaixamento para a segunda divisão e arenas lotadas. “É como se fosse no futebol. No tênis de mesa, é a liga mais forte da Europa”, disse Hugo.

O mesa-tenista Hugo Calderano (Crédito: Christian Martinez/CBTM)
O mesa-tenista Hugo Calderano (Crédito: Christian Martinez/CBTM)

O carioca defende o Ochsenhausen, que não tem grandes aspirações ao título. O favorito é o Borussia Dusseldorf. “Mas temos um dos times mais jovens da liga. Eu tenho 18 anos, o mais velho tem 26.”

O time de Hugo era, até a última rodada, o quinto colocado no Alemão.

Ele divide apartamento com outro brasileiro, mas está começando a se tornar mais independente. O primeiro passo é fazer aulas de alemão.

Além do Campeonato Alemão, o Ochsenhausen também joga a Copa da Alemanha. Teria direito de jogar a Liga dos Campeões da Europa, mas abriu mão.

Hugo considera o intercâmbio e competitividade proporcionados fundamentais para um bom desempenho nos Jogos do Rio. “Hoje sou o segundo melhor do Brasil [atrás de Gustavo Tsuboi], então tenho total chance de me classificar.”

“Pode ser muito difícil medalhar em 2016, mas estou no caminho certo. Estou disputando com os melhores. Eu era o 64º [do ranking mundial] antes de Nanquim, agora sou 57º. Um ano atrás, estava na posição 260”, recordou Hugo, que começou a praticar o esporte no Fluminense e, depois de vingar, morou dois anos em São Caetano do Sul para se aprimorar.

“Com certeza vou dar meu melhor.”