Milão é o centro financeiro da Itália, uma metrópole com mais de 1,3 milhão de habitantes, em muitos aspectos parecida com São Paulo.
Os jogos da fase final do Mundial de vôlei estão sendo disputados no Mediolanum Forum, uma arena para 12 mil torcedores que fica a mais de meia-hora do centro da cidade, na beira de uma rodovia (como se fosse no ginásio em Barueri e não no Ibirapuera, por exemplo).
Por esses motivos, o Mundial acontece mesmo apenas ao redor da arena, onde se vê torcedores, bandeiras e, claro, alguns cambistas. Muitos no último sábado, aliás. Ou seja, para quem acha que é o tipo de problema que só acontece no Brasil…
Sim, na porta da arena há metrô, estação final de uma das principais linhas da cidade. Também há um restaurante dentro do Medolanum Forum (não muito bom, na verdade). E há hotéis ao redor, onde estão as delegações. Longe do centro, portanto, das atrações da capital da moda.
De qualquer forma, a arena esteve lotada nos últimos dias. Quase em sua totalidade por italianos, apaixonados por vôlei e pela seleção do país. Também gostam muito de Sheilla e Jaque, estrelas do Brasil que jogaram em quadras italianas.
Na saída do ginásio muitas crianças, centenas delas, costumam esperar as atletas para pedir autógrafos e tirar uma foto (os jogos estão acabando perto da meia-noite). Falam alto e gritam, como gritam. Aparentemente a paixão pelo esporte vai continuar na próxima geração. Curioso é que, para levar as atletas para o hotel, são utilizados ônibus da polícia penitenciária da Itália, devido a uma parceria entre forças armadas e a organização do evento.
Em relação à organização, não dá para negar que os italianos são prestativos. Um pouco desorganizados, atrapalhados talvez seja a melhor palavra. Aliado a essa característica está o fato de muitos deles não falarem inglês (ou espanhol, ou português, enfim, falam apenas italiano). Assim, vai ser mais comum um segurança, voluntário ou funcionário do evento levá-lo até algum lugar do que lhe explicar como fazê-lo.
Enfim, quando disserem que Itália e Brasil são parecidos, acredite. Nos erros e acertos. E, principalmente, na festa.