No tênis, Brasil se arma em doses duplas para 2016

Por Marcel Merguizo
Marcelo Soares e Bruno Melo comemoram ponto em vitória brasileira sobre o Equador por 3 sets a zero pela Copa Davis (Rodrigo Buendia/AFP)
Marcelo Soares e Bruno Melo comemoram ponto em vitória brasileira sobre o Equador por 3 sets a zero pela Copa Davis (Rodrigo Buendia/AFP)

O Brasil tem um tenista sexto colocado no ranking mundial. E outro em décimo. E eles jogam duplas. Ou seja, se as raquetes de ambos já estão voltadas para volear bem em 2016 (e estão, eles admitem), a torcida brasileira pode começar a sonhar com uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio.

Os mineiros Marcelo Melo, de anos 31, e Bruno Soares, de 32, terminam 2014 entre os dez melhores do mundo. Apesar de defenderem o Brasil juntos na Copa Davis, não são companheiros durante o circuito: Marcelo (hoje 6º do mundo) joga com o croata Ivan Dodig (12º); Bruno atua com o austríaco Alexander Peya (ambos em 10º).

O planejamento dos brasileiros é não se desgastarem, na relação dentro e fora de quadra, na preparação para a Rio-2016. No entanto, antes dos Jogos, eles passarão a jogar alguns torneios juntos além das disputas nas quais defendem o Brasil na Davis.

Em duplas, Bruno tem 18 títulos e Marcelo, 13. Quatro dessas conquistas em parcerias em 2010 e 2011. Eles representaram o Brasil em Londres-2012, quando chegaram às quartas de final.

Olhando o ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) neste fim de ano, há apenas uma dupla claramente à frente das outras: os irmãos norte-americanos Bob e Mike Bryan. Depois, no mesmo grupo dos brasileiros,estão os franceses Julien Benneteau (5º) e Edouard Roger-Vasselin (7º), e os espanhóis Marcel Granollers (8º) e Marc Lopez (9º).

Os gêmeos norte-americanos venceram Marcelo e Dodig nas Finais da ATP, neste domingo. Chegaram a 103 títulos na carreira, mantiveram a liderança do ranking e o status de dupla a ser batida pelo restante do mundo. A saber: em 2013, a dupla brasileira bateu os Bryan na Davis, nos EUA.

MAIS UMA DUPLA

Mas, além da chance de medalha com a dupla mineira, o Brasil ainda pode sonhar nas duplas mistas. Basta lembrar que Bruno Soares foi bicampeão do Aberto dos EUA neste ano.

Em 2012 ele venceu ao lado da russa Ekaterina Makarova. Em 2014, com a indiana Sania Mirza. Respectivamente, elas estão na sétima e sexta colocação no ranking mundial de duplas.

Para 2016, Bruno já planeja dupla com a pernambucana Teliana Pereira. A melhor brasileira da atualidade tem 26 anos, é 105ª no ranking de simples e 320º (mas já foi 117ª) no de duplas. No Pan do Rio, em 2007, Teliana foi bronze nas duplas com Joana Cortez.

Teliana confirmou ao Olímpicos a conversa com Bruno para jogar a Rio-2016. “Esperamos jogar juntos a Olimpíada”, afirma.

Por causa deste ranking, para as duplas mistas, o Brasil deve receber convite para ter representante na Olimpíada. Nas duplas mistas são 12 classificados diretos por soma dos rankings e quatro por convite.

Já Bruno e Marcelo, nas duplas, e Thomaz Bellucci, na simples, estariam garantidos pela classificação no ranking. A lista válida será a seguinte a Roland Garros, em 2016.

Nas duplas, entram 24 diretamente por soma de ranking (masculino ou feminino) e oito por convite. Na chave de simples são 64 tenistas, com limite de quatro por país (56 diretos e oito por convite). Bellucci é o atual 65º do ranking, mas o Brasil deve receber convite para ter representante em todas as chaves.

A tenista brasileira Teliana Pereira devolve bola contra a romena Simona Halep, em Wimbledon (Carl Court/AFP)
A tenista brasileira Teliana Pereira devolve bola contra a romena Simona Halep, em Wimbledon (Carl Court/AFP)