8 motivos para acreditar que o handebol pode se dar bem no Rio

Por Marcel Merguizo

1 – Renovação: O central João, 20, e o armador Zé, 21, foram destaques do Brasil neste Mundial do Qatar. Eles já atuam no exterior e não sentiram a pressão do primeiro Mundial adulto, apesar da idade para ainda jogar entre os juniores. Ou seja, mais maduros até agosto de 2016, podem ser fundamentais para uma boa campanha do Brasil. Outros jovens ainda podem entrar na equipe. O Mundial júnior, em julho, no Brasil, pode servir de trampolim para as promessas.

2 – Manutenção do técnico: Com o espanhol Jordi Ribera no comando nos últimos dois anos, o Brasil chegou duas vezes seguidas às oitavas de final de um Mundial, sendo desclassificado pela diferença de um gol em ambos, frente a potências europeias. Os jogadores sempre elogiam o trabalho do técnico e dizem que a melhora do time é evidente com ele.

3 – Internacionalização: Algo incomum antigamente, a ida de jogadores brasileiros para as ligas de Europa está se tornando rotina. Com nove dos 16 da seleção que esteve no Qatar atuando fora do país, a equipe se acostuma a competir com frequência contra adversários mais fortes e permanece atuando em alto nível por mais tempo.

4 – Experiência: Mesmo que tenha atletas jovens no elenco, a seleção está formando um grupo mais acostumados a jogos decisivos e de alto nível. No Mundial do Qatar, por exemplo, encarou Espanha, Eslovênia e Croácia, três semifinalistas do Mundial de 2013, de igual para igual. Perdeu as três partidas mas por diferenças pequenas e liderando os jogos em alguns períodos.

5 – Estrutura: Sem casa, a seleção brasileira deve ter seu centro de treinamento próprio concluído ainda no primeiro semestre, promete a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Além de não ter que ficar trocando de quadra/ginásio no período de treinos, o local deve oferecer uma estrutura de equipamentos e concentração melhor à equipe nacional.

6 – Dinheiro: A CBHb recebe atualmente R$ 9,4 milhões do Ministério do Esporte para preparar as seleções para a Olimpíada do Rio. Em 2015, mais R$ 3,75 milhões serão pagos pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) via Lei Piva. Mas o dinheiro deve aumentar. Os contratos de patrocínio com Correios e Banco do Brasil estão em processo de renovação neste ano e irão render, juntos, mais de R$ 10 milhões anuais, devido a um aumento no valor dos acordos.

7 – Condição física: No Mundial, dois dos jogadores mais experientes do Brasil chegaram ao Qatar se recuperando de lesões: o ponta Borges, 29, e o armador Zeba, 31 e capitão do time. Ambos estavam em seus quintos mundiais e tiveram uma boa participação, apesar dos problemas físicos. Borges foi o artilheiro do Brasil e Zeba acabou a competição em alta, como titular, após um início ruim. Além deles, outro jogador importante para a seleção, o armador Thiagus Petrus, precisou ser poupado de dois treinos devidos a dores. Para 2016, com estes atletas na forma física ideal, a seleção ganha força.

8 – Fator casa: É inegável que jogar em casa, com o apoio da torcida, pode ajudar a seleção brasileira no Rio. Assim como no futebol, algumas marcações dos árbitros são interpretativas, e o fator casa pode pesar sobre as decisões deles. Além disso, no formato com 12 equipes na Olimpíada, divididas em dois grupos de seis, a primeira fase de mata-mata já é a de quartas de final. Desta forma, uma vitória nesta eliminatória já colocaria os donos da casa na briga por medalha.

OBS.: Atual campeã mundial, a seleção feminina do Brasil defende o título em dezembro, na Dinamarca, mas independentemente do resultado, já está entre as favoritas ao pódio no Rio, ao contrário da masculina

O repórter MARCEL MERGUIZO viaja ao Qatar a convite da organização do Mundial de handebol

 

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