Apesar de 61 vitórias seguidas no vôlei de praia, Larissa descarta favoritismos

Por Paulo Roberto Conde
A jogadora de vôlei de praia Larissa em torneio em 2011 (Crédito: Mauricio Kaye/CBV)
A jogadora de vôlei de praia Larissa em torneio em 2011 (Crédito: Mauricio Kaye/CBV)

Quando saiu dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 com uma medalha de bronze no peito, Larissa França, estrela brasileira do vôlei de praia, não tinha muita definição do que iria fazer.

Sua parceria com Juliana, aliás muito bem-sucedida nos anos anteriores, estava saturada. O que é normal em qualquer situação na qual duas pessoas convivem juntas, almoçam juntas, dormem juntas, e, pior, competem juntas.

Além disso, fora de quadra ela queria outras coisas. Ter filho era prioridade. Mas a isso some dar uma pausa na carreira, arejar a cabeça, descansar.

Entre o final de 2012 e o início de 2013, ela resolveu parar com tudo.

Desfez a dupla com Juliana, anunciou que ficaria um tempo afastada das arenas (talvez não voltasse) e iria se dedicar a uma relação. Casou-se com a também jogadora de vôlei de praia Lili Maestrini e começou a trilhar um novo rumo.

O gosto pela areia, pelo sol, e, claro, pelas medalhas não tardou para cutucá-la.

Em meados de 2014, ela se juntou a Talita, e desde então as duas têm sido praticamente imbatíveis nos circuitos brasileiro e mundial.

Na última semana, ambos chegaram a 61 vitórias consecutivas antes de serem derrotadas por Fernanda Berti/Taiana na etapa de João Pessoa do circuito nacional.

Revés à parte, o aproveitamento assombroso da parceria, que chegou a ganhar dez títulos seguidos, já a lança como favorita a pódio nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Muito embora a própria Larissa queira não pensar nisso…

“Não penso em favoritismo, porque isso é dentro de quadra, jogo a jogo, torneio a torneio. Conseguimos 61 vitórias seguidas, mas a qualquer momento [a derrota] poderia acontecer. De qualquer forma, foi um grande feito”, disse.

Ela aponta como prioridade em 2015 obter classificação olímpica. Para isso, dependerá dos bons resultados para ficar em boa posição no ranking nacional.

“A classificação vai depender dos Grand Slams. Também teremos a Copa do Mundo, que simula a Olimpíada e é disputada em 15 dias. Ou seja, é um bom teste. Além disso, pensamos nos Jogos Pan-Americanos de Toronto [Canadá], que é um torneio legal, importante”, afirmou.

Larissa contou que o fato de ter parado de jogar por algum tempo ajudou em seu amadurecimento. Mesmo tendo passado por um drama pessoal: perdeu um filho que esperava, o que para ela foi “uma lição deixada”.

“Sempre aprendemos. Dei um passo à frente em termos de experiência. Hoje me considero uma atleta melhor, uma parceira melhor. Eu e a Talita temos o mesmo objetivo, o mesmo foco, e lidamos com isso com muito companheirismo.”