Rafael Silva falava animadamente, há menos de uma semana, sobre suas expectativas para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, que começarão no dia 10 de julho.
Duas vezes medalhista em campeonatos mundiais e bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, sempre na categoria pesado (acima de 100 kg), Baby –como é conhecido no meio esportivo– tinha “contas a acertar com o Pan”.
Na edição passada do megaevento, na cidade de Guadalajara, a seleção masculina de judô teve um aproveitamento quase perfeito nas disputas. Ganhou medalhas de ouro em todas as categorias menos uma: justamente a de Baby.
Ele foi prata ao perder a decisão para o cubano Oscar Brayson. “Poxa, fui a única prata, é chato, né? Eu queria trazer o ouro. Mexe com o brio quando você vê todos os amigos ganhando e você não. Aquele Pan está engasgado”, afirmava o judoca à reportagem, na semana passada.
A “revanche” de Baby, porém, não sairá em Toronto. Nesta quarta-feira (24), a Confederação Brasileira de Judô comunicou que Baby, acometido de uma lesão no tendão do músculo peitoral maior direito, não vai ao Canadá. Ele será substituído no evento por David Moura.
Baby, aos 28 anos, pesa 160 kg e fazia preparação especial para o Pan e para o Mundial de Astana, no Cazaquistão, em agosto. Ainda não se sabe se ele disputará o segundo.
Há dois meses vinha suprindo uma antiga carência, a de treinar com atletas de sua categoria. Também judoca experiente, Walter Santos o estava ajudando nos treinos.
Antes, Baby costumava improvisar e treinar com colegas de clube no Pinheiros, em São Paulo, de pesos mais leves (como o duas vezes medalhista olímpico Tiago Camilo, que é da faixa até 90 kg).
Ele estava animado com a cooperação de Walter. “Tenho evoluído meu judô. Me sinto mais rápido”, contava.
A vingança de Pan pode tardar um pouco (talvez até os Jogos de Lima, em 2019), mas o mais importante é a recuperação. Baby passará por cirurgia no dia 30 para voltar o quanto antes aos tatames.