A chegada à Toronto já mostra, do céu, uma cidade organizada. É como se as casinhas do Banco Imobiliário estivessem alinhadas, cada uma em sua rua, avenida ou bairro.
Da pequena janela do avião, em voo que dura cerca de uma hora saindo de Nova York, nos EUA, a imensidão do Lago Ontário (cerca de 18 mil km2 ou uns 2.500 campos de futebol) surpreende tanto quanto a CN Tower (uma espécie de “alfinete do Google Maps” com 553 metros de altura é a terceira maior do mundo) e o Rogers Center (estádio com teto retrátil para 53 mil espectadores, onde será a cerimônia de encerramento e abertura do Pan, dias 10 e 26).
Estas são as primeiras referências (ainda aéreas) da sede dos Jogos Pan-Americanos, a maior cidade do Canadá, com 2,6 milhões de habitantes e o dobro disso se contabilizada a região metropolitana. Facilmente comparada a Nova York, em versão reduzida, claro. De cima, vê-se mais campos de golfe, de beisebol e até de futebol. Do chão, mais limpeza e organização, menos caos e trânsito.
E se a primeira impressão realmente ficar até o fim do Pan, será uma edição com organização olímpica. Atletas que já disputaram competições no Canadá ou que acompanharam a preparação do evento (com custos que já ultrapassam os US$ 2,5 bilhões) dizem que em diversos aspectos competir no país que já realizou três olimpíadas e vai para o terceiro Pan é estar no primeiro mundo dos eventos esportivos.
Ou seja, já seria suficiente para mudar a cara deste Pan em relação ao evento anterior. Em 2011, Guadalajara era praticamente uma cidade média do interior se comparada a cosmopolita Toronto. É sempre difícil comparar um evento com o outro, pois são países, cidades e características diferentes. Por exemplo, em Toronto, a cerimônia de abertura terá a modernidade do Cirque du Soleil, enquanto em Guadalajara um dos shows foi dos tradicionais mariachis mexicanos.
Considerada uma das cinco melhores cidades do mundo para morar, recheada de imigrantes (os organizadores dizem que os 41 países do Pan estão representados) e aberta aos gays, Toronto traz um ar de Olimpíada ao Pan ao parecer mais mundial do que continental.
Contudo, somente a partir da próxima semana, quando torcedores e atletas das três Américas tomarem conta de Toronto, será possível saber como o estilo canadense de viver vai se misturar à festa latina que costuma tomar conta do Pan.