Começa nas primeiras horas desta terça-feira (25) do horário brasileiro o Mundial júnior de natação, em Cingapura.
O grande destaque brasileiro no torneio é Brandonn Almeida, de 18 anos e já campeão pan-americano dos 400 m medley. Ele entra como favorito nesta prova e nos 1.500 m livre.
Mas um outro nome nacional tem aspirações altas no evento. Mais que isso, ele pode impactar a briga por vagas no cobiçado revezamento 4 x 100 m livre do país para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Felipe Ribeiro, 17, despontou como nova promessa entre os velocistas entre o final do ano passado e o primeiro semestre deste com marcas espantosas. Foi, por exemplo, o mais jovem brasileiro na história a nadar os 100 m livre abaixo de 50 segundos (já o fez algumas vezes). Depois daquela façanha, ele já nadou para 49s16, um dos melhores tempos do planeta para alguém com sua idade.
Ele tem o segundo melhor tempo de entrada nos 100 m livre, atrás apenas do australiano Kyle Chalmers.
“Quero nadar para 48s5 em Cingapura, vou tentar o ouro. Estou muito confiante, melhor do que no ano passado”, disse o nadador santista, que também nadará os 50 m livre e os 200 m livre.
A evolução espantosa de Felipe implica uma nova “arma” para o revezamento brasileiro, que acabou de levar o ouro no Pan de Toronto e de terminar na quarta posição no Mundial de Kazan –vale lembrar que EUA e Austrália nem sequer avançaram para a final, mas o Brasil nada tinha a ver com isso.
O time nos dois eventos, formado por Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca, está azeitado. Melhorou os tempos de um campeonato para o outro, e a ida ao pódio na Rússia não aconteceu por detalhe.
Chierighini e Santana já nadaram diversas vezes para a casa de 48 segundos neste ano. Extremamente talentosos, ambos têm condição de nadar para 47 segundos e brigar por medalhas individualmente em 2016.
Fratus é mais focado nos 50 m livre (foi bronze em Kazan), mas tem obtido bons registros na prova de equipe também. De Lucca não nadou tão bem no Mundial, mas deu mostras no Pan de que pode ser um trunfo (no Canadá, foi ouro nos 200 m livre e no revezamento).
Vale lembrar que Cesar Cielo, recordista mundial dos 100 m livre apesar de não mais treinar tanto para a distância, deve ser incluído no time.
É aí que voltamos a Felipe. Para ter um revezamento competitivo, quanto mais atletas nadando na casa de 48 segundos, melhor. Todos os supracitados conseguiram isso nestas duas últimas temporadas, e Felipe quer entrar nessa disputa.
“Para integrar o revezamento é preciso de uma marca como 48s baixo. Não sei se conseguirei logo neste ano, mas no ano que vem é possível”, afirmou.
Essa “briga” por vagas só beneficia o time para os Jogos do Rio. Entre os finalistas em Kazan, o Brasil é, sem dúvida, um dos países com mais espaço para melhora.
Felipe deve cair na água já nesta terça-feira (25), para o revezamento 4 x 100 m livre. No dia seguinte, disputa os 200 m livre. Na quinta, o desafio é nos 50 m livre, e, no sábado, sua especialidade, os 100 m livre.
Além disso, ele compete no revezamento 4 x 100 m medley.