Com mais R$ 100 mi em caixa, comitê planeja gerir centro paraolímpico

Por Paulo Roberto Conde

O centro paraolímpico nacional que está sendo construído às margens da rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, terá um custo de manutenção anual que vai variar de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões. A informação é do presidente do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), Andrew Parsons.

O valor é altíssimo, mas o complexo, que terá capacidade para receber 14 modalidades paraolímpicas, promete trazer uma revolução para o esporte nacional. O CPB traçou como meta que a delegação fique entre as cinco melhores dos Jogos Paraolímpicos do Rio-2016, pelo número de ouros conquistados.

A Folha apurou que a obra, cuja execução está em 90%, deve ficar pronta em novembro. Neste mês de setembro, o presidente do IPC (Comitê Paraolímpico Internacional), Phil Craven, vem dar uma olhada nos trabalhos. O custo total do empreendimento é superior a R$ 264 milhões, divididos entre Ministério do Esporte e o governo do Estado de São Paulo.

Mas a grande questão é em relação à gestão do centro, inédito no Brasil. O CPB, valendo-se de uma Lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff no início de julho, ganhou um fôlego no orçamento e se ofereceu para manter o local.

Sobre a tal Lei (na verdade, Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência), é o seguinte: o texto aprovado aumentou de 2% para 2,7% o percentual da arrecadação bruta das loterias federais que devem ser destinados ao esporte.

Esse 0,7% pode parecer pouco, mas é uma previsão de acréscimo de quase R$ 100 milhões na conta do CPB –que recebe atualmente não mais do que R$ 40 milhões/ano.

“O centro terá um custo de R$ 100 mil por dia. Com esse aumento no caixa, daria para administrá-lo”, afirmou Parsons. “Mas ainda não está definido o plano de gestão. O que mudou é que, com esses recursos, agora teríamos tranquilidade para gerir um centro deste tamanho.”

De qualquer maneira, pagando a manutenção do empreendimento ou não, a ideia do mandatário é que os atletas entrem no centro no início de 2016. A expectativa é de que a preparação da delegação do país para os Jogos Paraolímpicos ocorra dentro dele.