Outros vão gostar da relação curiosa com o astro jamaicano, o “maneiraço” Usain Bolt, ou sua Liga da Justiça do atletismo, que “salvou” sua vida.
Ainda é possível que gostem e passem a torcer em razão do jeito espontâneo de falar e se expor.
Basta conhecê-lo e perceberá: Aldemir Gomes da Silva Jr., 23, velocista da seleção brasileira (e, desde o início do ano, novamente do Vasco), realmente, chama a atenção. E não só pela “marra” na hora das fotos (como a da nova campanha do Time Nissan, do qual faz parte).
Em longa conversa durante encontro dos atletas patrocinados pela montadora japonesa, no Rio, que rendeu reportagem publicada na Folha, Aldemir sempre tem boas respostas para questões sobre sua carreira e a expectativa para os Jogos do Rio.
Abaixo, uma seleção delas. Com vocês, Aldemir Gomes Jr.:
“Já tenho índice nos 200 m. Vou tentar nos 100 m. E quero estar no revezamento também. Treinar sozinho é muito chato. O legal de estar com a seleção é a zoação na viagem. Nas pista a gente deixa fluir”
(sobre os preparativos para estar em três provas na Rio-2016)
“A gente tem outra pegada. Falam que pra dar certo o time tem que ter conflito. Aqui não tem. Um torce para o outro se dar bem”
(sobre a amizade da equipe masculina que, segundo ele, é diferente do relacionamento na equipe feminina de revezamento)
“A gente fala muito dos 10 segundos. Sabemos que todos têm condição de abaixar esse tempo (dos 100 m). É uma barreira, sim. Sempre penso em quabrar, mas é difícil. Sei que, se um correr abaixo, os outros vão correr também, vão vir junto. Quem fizer abaixo dos 10 vai puxar o bonde”
(sobre o recorde brasileiro que ainda é de 10s00 nos 100 m rasos)
“A gente tem chances de conseguir a medalha olímpica. É nítido. A gente sente a medalha. Mas precisa ganhar uma de verdade, em Mundial ou Olimpíada. A gente não aguenta mais chegar lá e bater na trave. É muito quarto lugar. É igual ver o tênis na vitrine. Tá ali, mas não é palpável”
(sobre a chance de medalha do revezamento 4 x 100 m nos Jogos Olímpicos do Rio)
“O 4 x 100 m é uma prova sinistra. É a que define qual é o país mais rápido do mundo. Não é um atleta, é o país. O coro tem que comer. Tem que bater no peito e querer fazer um resultadão. Eu confio nos moleques pra caramba. No revezamento do Brasil, o bastão anda. Deve ser angustiante para os outros caras. Eles olham para nós, sabem que nenhum corre para 9 segundos, mas a gente não dá mole para eles. Se me entregar no bolo, vou meter o pé”
(sobre o histórico do Brasil nos revezamentos e a confiança para a Rio-2016