Militares terão ‘clube vip’ em Deodoro durante os Jogos do Rio; países escolhem praias, Lagoa e Barra

Por Marcel Merguizo
Imagem aérea da Universidade de Força Aérea, em Deodoro (Divulgação)
Imagem aérea da Universidade de Força Aérea, em Deodoro (Divulgação)

Governos, comitês olímpicos nacionais e patrocinadores decidiram instalar suas Casas Temáticas durante os Jogos do Rio nas praias (Copacabana, Ipanema, Leblon etc), ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas, no chamado Porto Maravilha ou na Barra da Tijuca, perto do Parque Olímpico. Já o Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) assinou nesta terça-feira (2), na República Dominicana, acordo para instalar seu “clube vip” no Complexo Esportivo de Deodoro, na zona norte da capital fluminense, sendo assim o primeiro naquela região.

Originalmente uma vila militar, o bairro já foi usado como sede de algumas modalidades nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e, agora, na Olimpíada do Rio, vai receber 11 competições olímpicas (basquete, hipismo saltos, hipismo adestramento, concurso completo de equitação, ciclismo mountain bike, ciclismo BMX, pentatlo moderno, tiro esportivo, canoagem slalom, hóquei sobre grama e rúgbi), além de quatro paraolímpicas (tiro esportivo, hipismo, esgrima em cadeira de rodas e futebol de 7).

Será Deodoro que abrigará o primeiro Clube do CISM, espaço reservado a atletas e dirigentes de delegações militares de cerca de cem países participantes dos Jogos do Rio. A ideia é usar o local para promover e ampliar o desporto militar no mundo, durante a Rio-2016.

O clube funcionará a partir de agosto, dentro da Universidade da Força Aérea (Unifa). Assim como acontece nas casas dos comitês olímpicos nacionais de cada um dos países, no clube serão realizadas entrevistas com atletas militares brasileiros e estrangeiros.

Segundo a Empresa Olímpica Municipal, até o fim de janeiro havia 40 casas confirmadas. Nos casos da utilização de locais públicos, há uma contrapartida para a cidade (saiba mais aqui). Estas casas não serão espaços de treinamento de atletas. Serão locais dedicados a eventos, organizados por governos, comitês olímpicos nacionais ou empresas. A maioria será montada cerca de duas semanas antes dos Jogos.

De acordo com o representante da delegação brasileira no CISM Américas e diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, brigadeiro Carlos Augusto Amaral, o Clube CISM “é uma oportunidade de promover o desporto militar, com países que são potências olímpicas e possuem atletas dentro do quadro de suas forças armadas”.

O local também servirá para buscar novos países membros para compor o desporto militar. “O desporto militar, especialmente em nosso país, vem despertando investimentos que são disseminados na sociedade, além de despertar o gosto pelo esporte e incentivar a prática esportiva”, comentou o brigadeiro Amaral.

Segundo uma lista prévia divulgada no fim de janeiro pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), dos 87 atletas do país já classificados para a Olimpíada, 47 são militares que integram o Programa Atletas de Alto Rendimento do Ministério da Defesa. Ou seja, 54% do total.

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O Brasil já definiu onde ficarão suas duas Casas Temáticas no Rio durante os Jogos.

A do governo federal será no Pier Mauá, na zona portuária, como revelado pelo blog Olímpicos em dezembro. Ela servirá para receber exposições, organizar shows, fazer a recepção de atletas e autoridades estrangeiras, além de servir como escritório para ministros despacharem fora de Brasília.

Já a casa do COB (Comitê Olímpico do Brasil) se chamará Espaço Time Brasil e ficará no Via Parque, shopping oficial dos Jogos, na Barra. “A fim de garantir o foco dos atletas nos Jogos, o COB decidiu que a visita dos familiares aconteceria fora da Vila Olímpica. Esta é a principal razão do Espaço Time Brasil”, diz a entidade sobre o isolamento no Rio.

O local servirá para atendimento dos medalhistas à imprensa e interação com patrocinadores que, segundo o COB, estão pagando a ação.

O governo federal ainda não definiu como será a divisão dos custos entre as pastas envolvidas no seu projeto. Na Olimpíada de 2012, a Casa Brasil, montada em um palácio à beira do rio Tâmisa, custou R$ 23 milhões.