Bernardinho tem dificuldades para deixar a quadra do Sesi-SP, na Vila Leopoldina, após mais uma vitória da sua equipe (a 20ª em 21 jogos) pela Superliga feminina de vôlei. O que dificulta até o caminhar do treinador são as dezenas de selfies (e alguns autógrafos) que os torcedores da equipe rival querem dele.
O assédio ao técnico campeão olímpico é maior até do que ao visto com jogadoras da seleção que estão à beira da quadra após a partida vencida por 3 sets a 0 pelo Rio.
Aquela foi uma noite tranquila de sexta-feira. Bernardinho estava calmo, não precisou de gritos nem caretas para comandar suas atletas. Até brincadeira com o pegador de bolas rolou entre um ponto e outro. Afinal, o Rio se mantém como favorito a mais um título da Superliga –pode ser o 11º desde que o projeto começou no Paraná e o quarto seguido.
A uma rodada do final da fase de classificação (a ser jogada em 4 de março), a equipe de Bernardinho já tem assegurada a primeira colocação do torneio e a vantagem nos playoffs. E ainda vê seus tradicionais rivais oscilando. Adversário de dez das últimas 11 finais de Superliga, o Osasco apenas há duas rodadas voltou à terceira colocação na tabela, com boas atuações. Já o Sesi, vice em 2014, nem a reação conseguiu, e sofre para se classificar na sétima (e penúltima) colocação rumo aos jogos eliminatórios. Pior, trocou de técnico no fim de janeiro, algo incomum no vôlei e criticado por Bernardinho.
Em conversa com o blog Olímpicos, Bernardinho falou do que espera dos playoffs e analisou a Superliga 2015/2016. Ele sabe da força do seu time e da superioridade de quem em dois turnos teve apenas um tropeço, na segunda rodada, contra o atual décimo colocado na classificação geral. Mas preferiu pregar o equilíbrio.
RESUMO DA SUPERLIGA
“A gente teve uma derrota para Bauru na segunda rodada. Duas jogadoras chegaram doentes da seleção, a Gabi e a Juciely. O time estava com muita jogadoras vindo de temporadas longas. E estávamos treinando forte. Jogamos uma partida ruim, não fomos surpreendidos. Contra o Rio do Sul e o Minas foram partidas que tivemos que nos recuperar. É uma Superliga que tem equilíbrio. Equipes grandes perdendo para as ditas menores. Mas algumas equipes não foram consistentes.”
SESI
“Sesi teve problemas. Mas certamente a mudança de treinador [Talmo foi demitido]… adoro o Juba [auxiliar que assumiu o time], mas não concordo com a política de mudanças, nem ele concorda. Ele teve que assumir o que estava ali. Mas não é assim que se conserta um trabalho. Tem que se planejar, fazer a coisa correta. É estranho.”
OSASCO
“Osasco que é uma equipe forte tem oscilado. Faz ótimas partidas e alterna, com partidas ruins. O que isso pode acarretar é que, em tese, pode acontecer uma semifinal entre Rexona [Rio] e Osasco. Não era muito esperado.”
TIMES MINEIROS
“Minas tem feito uma grande competição e é um grande time. Uberlândia [Praia Clube] é uma equipe muito equilibrada, eu disse isso desde o início.
MELHOR PEQUENO
“Rio do Sul é o grande destaque pela consistência e por ser uma equipe com menor investimento do que as outras. Mas é uma boa Superliga.”
SURPRESA NOS PLAYOFFS
“Para qualquer um, mesmo para nós [pode haver surpresas]. A história pode ser diferente na semana que vem. É uma partida de cada vez. Importante é ter a vantagem do campo. Temos que trabalhar bem para chegar bem na reta final da competição.”
SUPERLIGA FEMININA – Última rodada do returno (todos os jogos em 4 de março, sexta-feira, às 21h30)
Valinhos (11º) x Brasília (5º)
São Caetano (9º) x Pinheiros (8º)
Rio do Sul (6º) x Praia Clube (2º)
São Bernardo (12º) x Minas (4º)
Bauru (10º) x Sesi-SP (7º)
Rio (1º) x Osasco (3º) – com SporTV