Começou o revezamento da tocha. Já se sabe quem foram os dez primeiros. Os 100. Mais a esse momento. Mas quem serão os dez últimos? Quem entrará no Maracanã, em 5 de agosto, com a chama? Quem acenderá a pira?
Segredos que o comitê organizador não revela. Que os patrocinadores dizem não saber. Que está trancado a 2016 chaves em algum lugar do Rio.
O início do revezamento, porém, pode ajudar a montar esse quebra-cabeças.
Os brasileiros campeões olímpicos são os favoritos à honraria. Um medalhista, no mínimo, talvez. Mas não é uma regra. Nem mesmo é preciso ser um atleta (ou uma só pessoa) para concluir tarefa tão simbólica.
De volta ao revezamento.
Giovane Gávio e Fabiana Claudino, bicampeões olímpicos no vôlei, respectivamente, foram os primeiros brasileiros a carregar a tocha da Rio-2016 na Grécia e no Brasil. Como não se repetem os condutores…
Outro nome de peso no país, o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze em Atenas-2004 e único brasileiro a receber a medalha Pierre de Coubertin, alta honraria concedida pelo COI, já levou a chama em Brasília, com aviãozinho e tudo mais, dentro da Catedral.
Mais uma aposta que poderia ser boa (ótima): Joaquim Cruz. Campeão olímpico em 1984 e prata em 1988, corredor que acendeu a pira no Pan do Rio-2007, também já participou do revezamento logo no primeiro dia, em Taguatinga, sua terra natal.
O próprio Joaquim Cruz opina sobre a escolha: “Tem muita gente para acender. Nós temos Aída dos Santos [79 anos, quarto no salto em altura em Tóquio-1964], ela merece, faz parte da história. Temos muitos nomes que participaram do movimento olímpico e até esse momento não foram convidados para o revezamento e merecem”.
E Pelé, como alguns cogitam? “Pelé é o Pelé. Mas a pergunta é: vamos aproveitar os atletas que participaram do movimento olímpico?”, completa Joaquim Cruz, indicando sua preferência. Bom lembrar que o rei do Futebol nunca participou dos Jogos Olímpicos.
Haveria nomes mais recentes e também fortes como Emanuel. Três medalhas olímpicas (ouro, prata e bronze), participou de todas edições dos Jogos desde que o vôlei de praia entrou no programa, craque em quadra e importante representante dos atletas fora dela, em órgãos nacional e internacionais.
Bom, Emanuel já foi escolhido, mas para correr com a tocha em Curitiba, onde nasceu. Curiosamente o atleta paranaense se interessou pela chance de carregar a chama olímpica no país e foi procurar saber como participar. Não havia sido escolhido pelo seu estado ou pela sua cidade natal, conforme o blog Olímpicos apurou. Acabou convidado por um dos patrocinadores do tour da tocha.
Claro que podem haver mudanças no cronograma ainda. Fabiana Claudino, a primeira a carregar a tocha no Brasil, estava indicada por seu patrocinador para ser condutora em Vitória (ES).
O mesmo aconteceu com Adriana Araújo, bronze em Londres-2012 no boxe, que iria carregar o fogo na Bahia, e acabou convocada pera ser a sétima do revezamento, em Brasília (DF).
Hortência, ao contrário, deveria carregar a tocha no Distrito Federal. Mas a Rainha do basquete deve ser transferida para o Rio de Janeiro. Será ela, ao menos entre os dez últimos)? Até o nome de Cesar Cielo, que não conseguiu se classificar para a Rio-2016, entrou na lista de especulações recentemente.
Outros medalhistas, campeões, símbolos do esporte brasileiro já foram escolhidos. Outros ainda não foram nem sequer indicados (a professora e pesquisadora da USP Katia Rúbio faz até campanha pela inclusão de todos os olímpicos no revezamento). Pelas contas da autora de “Atletas Olímpicos Brasileiros”, cerca de 700 deles ainda não foram contatados.
Enfim, o quebra-cabeça está na mesa para quem quiser jogar, talvez até 5 de agosto.
O jornalista MARCEL MERGUIZO viaja a Brasília a convite da Nissan