Para ser campeão olímpico um técnico não precisa ser bom em desafiar a arbitragem na marcação dos pontos.
Pela primeira vez em Jogos Olímpicos o sistema eletrônico de vídeo que permite um time contestar os juízes foi usado.
No Rio, porém, apenas seis dos 24 treinadores (25%) tiveram mais acertos do que erros quando usaram o “challenge” pedindo que alguma marcação fosse revista.
Os campeões Bernardinho e Lang Ping, por exemplo, estão entre os que tiveram baixo aproveitamento. O brasileiro campeão com o time masculino solicitou 30 vezes o desafio, estava certo em 11 e errado em 19 (37% de acertos). A chinesa campeã no feminino pediu 23 revisões, com sete bem sucedidos e 16, não (30%).
José Roberto Guimarães foi o terceiro melhor entre os treinadores da seleções femininas. Com aproveitamento de 50% (cinco acertos e cinco erros), Zé ficou atrás apenas do camaronês Jean Rene Akono (seis acertos e três erros, ou seja, 67% positivo) e o norte-americano Karch Kiraly (sete acertos, quatro erros e 64% de aproveitamento nos pedidos).
No masculino, o campeão foi o mexicano Jorge Azair, com apenas quatro pedidos ele acertou três e só errou um (75%). Ainda ficaram com mais acertos do que erros o francês Lautent Tillie (67%), o argentino Julio Velesco (64%) e o também francês Stephane Antiga, técnico da Polônia (56%).
Houve empate triplo entre os que mais acertaram, com 12: Tillie, da França, John Speraw, dos EUA, e Gianlorenzo Blengini, da Itália, coincidentemente os três de equipes masculinas. O italiano, no entanto, foi também quem mais errou, 23 vezes, uma a mais que o norte-americano, com 22.
No total, os técnicos das seleções masculinas desafiaram os árbitros 191 vezes, acertaram 77 e erraram em 114 (ou seja, os juízes estavam certos em 60% dos lances anotados).
Entre as mulheres, o percentual de acerto da arbitragem foi semelhante: 61%. Foram 208 desafios pedidos pelos treinadores, com 81 acertos por parte das equipes e 127 por parte da arbitragem.
O sistema de vídeo “challenge” implantado pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei) ajuda em casos como bolas dentro ou fora, toques do jogador na rede, toque na bola no bloqueador e quando o sacador pisa na linha, por exemplo.
VEJA OS NÚMEROS DIVULGADOS PELA FIVB