Incentivos como Bolsa Pódio e Bolsa Atleta seria mantidos, na visão de Leyser, que ascendeu da secretaria de alto rendimento da pasta em substituição a George Hilton (PROS).

“Sobre as Bolsas, estamos chamando a atenção na agenda 2020 [projeto para os Jogos de Tóquio]. Faremos avaliação dos resultados pós-Jogos, correção de eventuais erros e potencialização de acertos, e a continuação disso. A ideia é manter [os incentivos]”, disse Leyser à Folha.

Alguns critérios poderiam ser revistos, de acordo com o ministro, caso o incentivo seja de fato mantido. Por exemplo, o critério de repasse do Bolsa Pódio, que hoje se destina a atletas brasileiros entre os 20 primeiros do ranking mundial (com pagamentos de até R$ 15 mil).

O Bolsa Atleta, por sua vez, incentiva competidores de diversas categorias (nacional, olímpica, não olímpica, entre outros) e existe desde 2005. Para o exercício de 2015, foram 6.093 contemplados, num total de R$ 81 milhões investidos.

O benefício é restrito a potenciais candidatos a medalhas nos Jogos do Rio-2016, e varia de R$ 5 mil a R$ 15 mil, conforme o desempenho do atleta no circuito mundial. O atleta tem de estar entre os 20 melhores do mundo em sua esporte/categoria/modalidade para entrar no bolo.

Segundo o Ministério do Esporte, até a quinta-feira passada 16 dos 157 contemplados (98 olímpicos e 59 paraolímpicos), ou 10% do total, já haviam recebido ao menos uma parcela.

Nove contemplados começaram a ser pagos em dezembro, antes dos demais, e já receberam quatro parcelas (duas em dezembro, uma em janeiro e outra em fevereiro). O motivo é que eles não recebiam outro grande programa de benefícios da pasta, o Bolsa Atleta, que ficou vários meses sem ser pago e foi quitado no último dia 7.

Em janeiro, outros seis contemplados passaram a receber também. Em fevereiro, mais um foi incorporado.

Mas e os outros 141 com direito ao prêmio? O ministério afirma que depende exclusivamente da regularização da documentação para começarem a levar a bolada, que é paga mensalmente.

Quem correr pode ser pago já a partir de março.

O montante total distribuído por mês aos atletas agraciados pelo Bolsa Pódio é de R$ 1,9 milhões. Por ano, chega a R$ 22,8 milhões.

Mas o que fazer com esse valor na preparação até a Rio-2016?

Um(a) esportista ouvido(a) pelo blog disse que vai investir no próprio treinamento, mas também vai aplicar parte na sua aposentadoria. Ou seja, vai colocar uma parcela da bolsa no banco.

Segundo o Ministério do Esporte, com o Bolsa Pódio, os atletas terão os recursos necessários para formação de equipes técnica e multidisciplinar, viagens de treinamentos e competições e compra de equipamentos e materiais esportivos.

Os valores das bolsas aos atletas são de R$ 5 mil, R$ 8 mil, R$ 11 mil e R$ 15 mil, para atletas de modalidades olímpicas e paraolímpicas individuais. Neste primeiro momento, o governo prevê investir em cerca de 160 esportistas.