OlímpicosJogos Pan-Americanos – Olímpicos http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br Notícias, comentários e bastidores de todos os esportes Thu, 22 Sep 2016 15:00:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Diário de Toronto: um Pan inesquecível como uma mochila http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/27/diario-de-toronto-um-pan-inesquecivel-como-uma-mochila/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/27/diario-de-toronto-um-pan-inesquecivel-como-uma-mochila/#respond Mon, 27 Jul 2015 13:54:34 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=1709 Acabou! Foi o que veio à cabeça quando me dei conta que tinha perdido minha mochila.

Na cobertura de um grande evento esportivo, em uma viagem à trabalho que dura dias e dias seguidos, a mochila é uma extensão do corpo do repórter. É o escritório nas costas. É o cinto do Batman. É a sensação de ter se tornado uma Tartaruga Ninja com o casco preso ao corpo.

De repente, perdi. Um milímetro de desatenção e pisei fora do tablado da ginástica. Um segundo de desconcentração e não encaixei o salto com a vara. Um suspiro e não encostei as duas mãos na borda da piscina.

Fui roubado. Claro! É mais fácil culpar o outro do que a si mesmo. É assim no esporte. É assim na vida.

Câmera, laptop, bloquinho de anotações, gravador, levantamentos, entrevistas, personagens, histórias que ainda não contei estão naquela mochila e agora ela está vagando por Toronto sem seu dono. To-ron-to! Ca-na-dá! “Ninguém rouba uma mochila assim aqui”, dizem os locais (que na maioria das vezes não são originalmente locais mas já se sentem como tais).

Mas se o sistema de transporte e de internet na maior cidade canadense falham, por que não falharia a segurança?

“Sim, eu a trouxe aqui”. “Sim, eu lembro dela ali na cadeira”. “Sim, faz cinco minutos que a vi onde eu a deixei”. Segue o interrogatório dos amigos, com investigação mais profunda do que de alguns casos de abuso sexual que ocorrem por aí.

“The Distillery District”. Local que inspiraria até sir Arthur Conan Doyle. Dentro da Casa Brasil. Noite regada a cerveja, caipirinha, refrigerante e água, com cachorro-quente e brigadeiro da famosa chef Roberta Sudbrack.

Segurança, garçom, DJ, atletas, imprensa. A lista de convidados (leia-se: suspeitos) é grande. É o QG do Comitê Olímpico do Brasil. E por alguns minutos a preocupação com as medalhas está em segundo plano. Só se quer saber da mochila. Então um detalhe transforma um quarto lugar em pódio, uma prata em ouro.

“Era verde, cinza e preta. Grande. Com uns pins do lado”. “Pins? Quantos?”, pergunta Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de esportes do COB e, nas noites vagas, o Luciano Huck da Casa Brasil.

“Bob, o colecionador de pins, estava aqui, ele deve lembrar da sua mochila”, diz, já enviando uma mensagem.

Em Jogos Pan-Americanos é assim, por melhor que você esteja sempre pode haver um americano até então desconhecido que te leva algo, um ouro, uma prata, um bronze, uma vaga olímpica ou uma mochila.

Bob, o colecionador de pins, retorna à festa. A mochila já está nas mãos do segurança. Bob, o colecionador de pins, se desculpa. Culpa as caipirinhas. Que americano resiste à combinação hot dog com capirinha?

E o Pan continua.

Inesquecível como uma mochila.

Pan do recorde de Thiago Pereira (podemos esquecer que foi sem nenhuma marca ou ouro significante?). Pan das musas (esqueça que nenhuma delas saiu de Toronto sem ouro?). Pan do “goleiro de polo aquático” (vão esquecer o nome dele e do caso mal explicado?). Pan do goleiro de handebol (como Maik vai esquecer uma atuação primorosa, inclusive na prorrogação, com título sobre a Argentina?). Pan de Isaquias Queiroz e Ana Sátila (inesquecível a canoagem brasileira e a distância onde foram realizadas as disputas). Pan da meta igualada (141 medalhas, sem esquecer que foram menos ouros). Pan que o atletismo (principalmente!), a vela, o boxe, o triatlo, o nado sincronizado, o vôlei, o vôlei de praia querem esquecer. Pan que o hóquei sobre grama, o tênis de mesa, o tiro, o rúgbi, o badminton, a esgrima, o handebol não vão querer esquecer.

Pan em que Cuba balançou (ninguém esquece o trocadilho). Pan da mini-Nova York (Toronto, cidade para morar, ao menos no verão). Pan do vento forte em todos os lugares (só esqueceu de aparecer na vela). Pan de Chapolins, de Bradesco e Nike pagando dívida do basquete, das mulheres brasileiras em alta, dos estrangeiros-contratados-naturalizados-brasileiros, da Geração Nanquim, da mineira presidente do handebol canadense, do ginasta guatemalteco, de Arthur zanetti, de Flavinha mascote-da-delegação Saraiva, de Yane Marques, do Magnano, da Etine, da Alexandra, da Formiga e, para não esquecer nenhum nome, o Pan da continência.

Daqui a 20 ou 30 anos será um Pan inesquecível como foi para o basquete masculino o de Indianápolis-1987 e para o feminino o de Havana-1991?  Melhor, pior, vale mais ou vale menos, Pan-Olímpico ou Pan-Jogos-Abertos?

Não se esquece um Pan. Por mais esquecível que sejam parte ou o todo de alguns deles. Assim como não se esquece uma mochila. O que há ali dentro só o dono de cada ouro, de cada medalha, de cada marca, de cada recorde das Américas, de cada último lugar com melhor tempo da carreira, de cada superação ao terminar a prova, só o dono de cada pin sabe o exato valor que ele tem.

Rogers Centre e CN Tower vistos da Toronto Island durante a cerimônia de encerramento do Pan de Toronto (Danilo Verpa/Folhapress)
Rogers Centre e CN Tower vistos da Toronto Island durante a cerimônia de encerramento do Pan de Toronto (Danilo Verpa/Folhapress)
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Diário de Toronto: Cafés, aspiradores e um mergulhador http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/22/diario-de-toronto-cafes-aspiradores-e-um-mergulhador/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/22/diario-de-toronto-cafes-aspiradores-e-um-mergulhador/#respond Wed, 22 Jul 2015 10:22:03 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=1696 O tempo traz aprendizado sempre. Por exemplo, após mais da metade do Pan é possível entender porque servem café pelando em Toronto. Não é para você queimar a língua, como nas primeiras vezes, é porque os canadenses (ou os 40% de imigrantes da cidade) pegam a bebida na cafeteria e saem andando pelas, entram no metrô e chegam no trabalho ou na escola com o copão ainda com café –então já em uma temperatura agradável para bebê-lo.

Assim também é durante os Jogos. A paciência que é preciso ter para assistir às disputas, aguardar os atletas na zona mista (onde concedem entrevistas) e voltar para a sala de imprensa ou para as tribunas para escrever e enviar os textos para o Brasil traz lições. Ou melhor, mostra situações novas.

Na natação, por exemplo, muito depois que as últimas braçadas são dadas nas raias, entra em ação um mergulhador. Calmamente ele salta na água e sem pretensão alguma de bater recordes como os atletas que ali passaram, ele retira ou reposiciona as câmeras que captam as imagens subaquáticas das provas.

Não é um tubarão, é um mergulhador arrumando as câmeras de TV subaquáticas do Pan (Fotos: Marcel Merguizo)
Não é um tubarão, é um mergulhador arrumando as câmeras de TV subaquáticas do Pan (Fotos: Marcel Merguizo)

Do Centro Aquático para o Coliseu de Toronto. Da água para o pó. Acabam as apresentações de ginástica artística e sobram nos tablados, traves e tapetes apenas marcas dos atletas que ali pisaram. Os pés e mãos ali marcados são graças ao pó de magnésio que os ginastas usam para ter mais aderência em suas acrobacias. E quando eles saem dali entram em cena os aspiradores de pó. Vários, ao mesmo tempo, para deixar tudo limpo para o próximo show.

No tatame do judô as marcas muitas vezes são mais agressivas. Então, logo os judocas deixam o local das lutas, entra em cena a seleção da limpeza. Agachados, com luvas, panos e rodos, descalços (pois aquele solo é sagrado), esfregando o chão, eles limpam os resquícios do que, minutos antes, era uma das justificativa para os atletas que alcançaram a tão sonhada medalha: sangue e suor.

Quase madrugada em Toronto e os funcionários/voluntários limpam os tatames do judô (Fotos: Marcel Merguizo)
Quase madrugada em Toronto e os funcionários/voluntários limpam os tatames do judô (Fotos: Marcel Merguizo)
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Diário de Toronto: Amor em tempos de Pan http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/07/diario-de-toronto-amor-em-tempos-de-pan/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/07/diario-de-toronto-amor-em-tempos-de-pan/#respond Tue, 07 Jul 2015 11:08:44 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=1637 (voz de locutor de rádio) Este texto é dedicado a todos atletas que estarão na Vila Pan-Americana durante este mês de julho (começa a tocar “Love is in the air”).

Flores à venda na Vila Pan-Americana em Toronto (Marcel Merguizo/Folhapress)
Flores à venda na Vila Pan-Americana em Toronto (Marcel Merguizo/Folhapress)

Mas, se você não é um dos 7 mil competidores, também pode saber que o amor está no ar nestes Jogos de Toronto.

O clima mostra-se preparado logo quando os esportistas chegam à Vila Pan-Americana. No mercadinho, há de pasta de dente a frutas. Mas também há flores. Buquê de rosas a 23 dólares canadenses (cerca de R$ 55) para os mais apaixonados ou apenas uma flor solitária por 4,99 dólares canadenses (R$ 12) para quem está começando o xaveco na Vila.

No mesmo mercado os mais animados podem se prevenir também. A caixa com 12 camisinhas (dos mais diversos sabores) custa cerca de R$ 26.

Barra cheia de cadeados que formam a palavra "Love" em uma das ruas da Distillery (Marcel Merguizo/Folhapress)
Barra cheia de cadeados que formam a palavra “Love” em uma das ruas da Distillery (Marcel Merguizo/Folhapress)

E se o romance estiver engatado ou a chance de medalha no Pan já acabou e a procura não mais se restringe aos muros dos alojamentos, logo ao lado, bem perto mesmo, no quarteirão logo ao lado, está um dos pontos turísticos de Toronto: The Distillery District.

O local onde existiu uma das maiores destilarias do mundo por mais de 150 anos se transformou em uma reunião de restaurantes, bares, galerias de arte e lojas dentro das antigas fábricas há uns dez anos. O jantar a luz de velas ou “bebemoração” com os amigos fica mais fácil a 100 metros da Vila, não?

Ao saber da existência do local, uma atleta brasileira não tardou em responder: vamos lá, com certeza.

Essa facilidade na integração dos atletas gera sentimentos como a de outra brasileira que lamentou por não ficar na Vila Pan-Americana em Toronto, pois sua modalidade estará concentrada em outro local disponibilizado pelo Comitê Olímpico do Brasil. Vou tentar passar ao menos um tempo lá, disse.

Afinal, nem só por medalhas os atletas são apaixonados.

Entrada do Distillery District, ao lado da Vila dos atletas em Toronto (Marcel Merguizo/Folhapress)
Entrada do Distillery District, ao lado da Vila dos atletas em Toronto (Marcel Merguizo/Folhapress)
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Diário de Toronto: Pan-American way of life http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/04/diario-de-toronto-pan-american-way-of-life/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/07/04/diario-de-toronto-pan-american-way-of-life/#respond Sat, 04 Jul 2015 11:08:00 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=1605 Imagem aérea de Toronto (Marcel Merguizo)
Imagem aérea de Toronto (Marcel Merguizo)

A chegada à Toronto já mostra, do céu, uma cidade organizada. É como se as casinhas do Banco Imobiliário estivessem alinhadas, cada uma em sua rua, avenida ou bairro.

Da pequena janela do avião, em voo que dura cerca de uma hora saindo de Nova York, nos EUA, a imensidão do Lago Ontário (cerca de 18 mil km2 ou uns 2.500 campos de futebol) surpreende tanto quanto a CN Tower (uma espécie de “alfinete do Google Maps” com 553 metros de altura é a terceira maior do mundo) e o Rogers Center (estádio com teto retrátil para 53 mil espectadores, onde será a cerimônia de encerramento e abertura do Pan, dias 10 e 26).

Estas são as primeiras referências (ainda aéreas) da sede dos Jogos Pan-Americanos, a maior cidade do Canadá, com 2,6 milhões de habitantes e o dobro disso se contabilizada a região metropolitana. Facilmente comparada a Nova York, em versão reduzida, claro. De cima, vê-se mais campos de golfe, de beisebol e até de futebol. Do chão, mais limpeza e organização, menos caos e trânsito.

E se a primeira impressão realmente ficar até o fim do Pan, será uma edição com organização olímpica. Atletas que já disputaram competições no Canadá ou que acompanharam a preparação do evento (com custos que já ultrapassam os US$ 2,5 bilhões) dizem que em diversos aspectos competir no país que já realizou três olimpíadas e vai para o terceiro Pan é estar no primeiro mundo dos eventos esportivos.

Ou seja, já seria suficiente para mudar a cara deste Pan em relação ao evento anterior. Em 2011, Guadalajara era praticamente uma cidade média do interior se comparada a cosmopolita Toronto. É sempre difícil comparar um evento com o outro, pois são países, cidades e características diferentes. Por exemplo, em Toronto, a cerimônia de abertura terá a modernidade do Cirque du Soleil, enquanto em Guadalajara um dos shows foi dos tradicionais mariachis mexicanos.

Considerada uma das cinco melhores cidades do mundo para morar, recheada de imigrantes (os organizadores dizem que os 41 países do Pan estão representados) e aberta aos gays, Toronto traz um ar de Olimpíada ao Pan ao parecer mais mundial do que continental.

Contudo, somente a partir da próxima semana, quando torcedores e atletas das três Américas tomarem conta de Toronto, será possível saber como o estilo canadense de viver vai se misturar à festa latina que costuma tomar conta do Pan.

Mascote do Pan, o porco-espinho Pachi na praça Yonge-Dundas, a "Times Square" de Toronto
Mascote do Pan, o porco-espinho Pachi, na praça Yonge-Dundas, a ‘Times Square’ de Toronto (Marcel Merguizo)
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Toronto entrega pista de atletismo em universidade que será CT do Brasil http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/05/07/toronto-entrega-pista-de-atletismo-em-universidade-que-sera-ct-do-brasil/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2015/05/07/toronto-entrega-pista-de-atletismo-em-universidade-que-sera-ct-do-brasil/#respond Thu, 07 May 2015 18:38:22 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=1465 Estádio de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Toronto na York University (Divulgação)
Estádio de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Toronto na York University (Divulgação)

Nesta quinta-feira (7) ficou pronta a pista de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Não quer dizer que o estádio esteja terminado a 64 dias para o início das disputas na cidade canadense. Ainda falta instalar mais da metade das cadeiras no local das provas de campo e pista dentro da York University.

O CIBC (sigla de Canadian Imperial Bank of Commerce, patrocinador principal do evento) Stadium possui apenas três mil lugares para o público. Como legado dos Jogos, ganhará mais dois mil assentos provisórios. E, durante as disputas do atletismo no Pan, poderá receber até 12.000 espectadores em novas cadeiras provisórias. O custo estimado do projeto é de US$ 52.949.120 (cerca de R$ 135 milhões).

A capacidade é menor que a do estádio TelMex, em Zapopan, sede do atletismo no Pan de Guadalajara-2011, e bem abaixo do Engenhão, que recebeu os atletas no Pan do Rio-2007 com capacidade para 45 mil torcedores (mas que ainda não tinha liberado todos os lugares à época).

Além de receber as provas de atletismo do Pan em seu estádio, a York University também servirá de centro de treinamento do Time Brasil em Toronto. O COB já reservou o lugar para os atletas se prepararem durante o evento, como fez como o clube Crystal Palace, durante os Jogos Olímpicos de Londres-2012.

 

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