OlímpicosRio 2016 – Olímpicos http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br Notícias, comentários e bastidores de todos os esportes Thu, 22 Sep 2016 15:00:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Encerramento sem cerimônia http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/encerramento-sem-cerimonia/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/encerramento-sem-cerimonia/#respond Thu, 22 Sep 2016 15:00:37 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=3007 Fogos na cerimônia de encerramento da Paraolimpíada (Crédito: Simon Bruty for OIS/IOC/AFP)
Fogos na cerimônia de encerramento da Paraolimpíada (Crédito: Simon Bruty for OIS/IOC/AFP)

Depois de 288 posts desde que foi ao ar, no dia 8 de novembro de 2013, o blog Olímpicos chega ao seu fim.

Ele nasceu para contar os preparativos, as histórias, os bastidores e as curiosidades de tudo o que envolveu os Jogos do Rio-2016, recém-finalizados.

Eu e o grande amigo Marcel Merguizo tivemos a honra de tocar esse espaço de conversa com vocês e, por vezes, nos surpreendemos muito com o retorno positivo e os debates gerados a cada publicação.

Agora é hora de encerrar as atividades. A cobertura dos esportes olímpicos continua no jornal impresso e no site da Folha.

Obrigado!

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‘O esporte deu visibilidade à pessoa com deficiência’, diz Clodoaldo Silva http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/o-esporte-deu-visibilidade-a-pessoa-com-deficiencia-diz-clodoaldo-silva/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/o-esporte-deu-visibilidade-a-pessoa-com-deficiencia-diz-clodoaldo-silva/#respond Thu, 08 Sep 2016 01:09:55 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2999 Grande homenageado entre os atletas na cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos, nesta quarta-feira (7), ao acender a pira no Maracanã, Clodoaldo Silva, 37, é um dos grandes responsáveis pela popularização do esporte para deficientes no Brasil. Um dos esportistas mais divertidos e de bem com a vida do país, ele concedeu este depoimento, abaixo, ainda inédito, ao blog Olímpicos em março deste ano, no qual explica que quase desistiu há quatro anos.

Explica-se: desde 1998, Clodoaldo competia na classe S4 (as classificações vão de 1, a de maior comprometimento, a 10, a de menor). Assim conquistou a maioria de suas medalhas (seis ouros, 13 no total) olímpicas em Sydney-2000 e Atenas-2004.

Em Pequim-2008, porém, foi reclassificado para a S5. Reclamou, mas foi mantido na classe em que, diz, os atletas tem “funcionalidade maior” do que a dele. “Eu saio de cima do bloco, mas não tenho impulso. Eles têm. Eles têm também ondulação e virada olímpica, eu não”, explicou.

Clodoaldo teve paralisia cerebral, devido à falta de oxigenação durante o nascimento, o que afetou os membros inferiores na questão da coordenação motora. “Minha deficiência é estável e vai ficar pior, a idade me deu duas hérnias de disco, contraídas porque passei para a classe acima. Fisicamente eu consigo, mas fica complicado competir de igual para igual, porque o esforço é maior”.

Confira, abaixo, o depoimento de Clodoaldo Silva:

Clodoaldo Silva acende a pira paraolímpica no Maracanã (Zanone Fraissat/Folhapress)
Clodoaldo Silva acende a pira paraolímpica no Maracanã (Zanone Fraissat/Folhapress)

“Já tenho 13 medalhas em Paraolimpíadas, a do Rio será minha quinta edição dos Jogos, e quero pendurar minha sunga.

Mas pensei em parar em 2012, em Londres.

O que aconteceu: eu estava no auge da minha forma mas, um mês antes, acabei me lesionando na academia. Corri o risco de ser cortado. Briguei com CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) para estar em Londres, mesmo sabendo que minhas chances eram reduzidas.

Atleta quer estar bem, mesmo que saiba que não vai conseguir medalha. Minha melhor colocação foi um lugar quarto nos 50 m livre.

Saí frustrado não porque não ganhei medalha, não porque perdi para o cara do lado, mas porque perdi para a lesão (no ombro esquerdo, quando estava levantando 110 kg na academia, em 2012, um mês antes dos Jogos).

Não aposentei pela pressão, no bom sentido, da seleção e das milhares de mensagens que recebi. E, principalmente, por ser esta a Paraolimpíada no Brasil.

Minha filha (Anita) nasceu em 2011 e, em 2012, tinha menos de um ano. Imaginei: em 2016, com cinco anos (ela vai ter 4 anos na Paraolimpíada, em setembro), no Brasil, quero ter essa emoção.

Desde os 2 anos e meio ela fala “vai papai”. Ela chega e diz: “Papai, quando você for nadar, você vai ganhar o ursinho (mascote) pra mim e a medalha para a mamãe”.

Sei da minha responsabilidade dentro e fora da água.

Quando comecei em 1998, o esporte paraolímpico não tinha visibilidade, não tinha investimento, a sociedade brasileira não sabia o que era.

Em 2004 foi um divisor de águas, o Brasil ganhou 14 medalhas de ouro, eu ganhei seis de ouro e uma de prata em Atenas. O Brasil começou a conhecer os atletas. Ali me tornei um grande referencial, um ícone não só do movimento esportivo, mas das pessoas com deficiência.

Veio investimento, visibilidade, surgimento de novos atletas da natação, como André Brasil e Daniel Dias, na natação, como Alan Fonteles, no atletismo, e outros em tantas outras modalidades que não tinham visibilidade.

Sabendo de tudo isso, porque não ficar mais quatro anos? Depois me aposento.

Vai ser o Clodoaldo que quer fechar com chave de ouro uma trajetória que começou em 1998.

Quero curtir todos os momento. Sei da responsabilidade. Acho que vou contribuir muito mais como atleta na Paraolimpíada do que como dirigente.

Quando falo em fechar com chave de ouro não necessariamente é estar no lugar mais alto do pódio.

As Paraolimpíadas tem um recado para toda a sociedade brasileira: as pessoas com deficiência não são coitadinhas, não precisam de piedade, precisam de oportunidade, ter suas leis respeitadas.

Espero que esse seja o maior legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos: a questão educacional, cultural e social para a sociedade.

Foi o esporte que deu visibilidade e por ele os governantes começaram a ver que tem que dar boas condições para a pessoa com deficiência. Todos somos consciente da nossa missão.”

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Se chorei ou se sorri… http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/08/23/se-chorei-ou-se-sorri/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/08/23/se-chorei-ou-se-sorri/#respond Tue, 23 Aug 2016 11:43:32 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2953 Cerimônia de encerramento (Fabrizio Bensch/Reuters)
Cerimônia de encerramento (Fabrizio Bensch/Reuters)

Choro

José Roberto Guimarães deixa pela última vez a área de entrevistas do Maracanãzinho. Já passa da meia-noite, como nos dias pares anteriores. Desta vez, o silêncio impera. Ele caminha para o vestiário onde estão as 12 jogadoras, provavelmente todas ainda chorando. Para e olha para trás por um segundo, ali ainda estão mais de 30 jornalistas e voluntários que acabaram de ouvir suas palavras, tristes, após a inexplicável eliminação.

Antes de ir embora, cinco dos jornalistas que acompanharam todos os jogos da seleção feminina de vôlei descem alguns degraus em direção ao tricampeão olímpico. Ele chama um a um pelo nome, cumprimenta, dá um abraço, agradece e, no fim, pede desculpas. Como se tivesse sido abraçado por Felipe, neto de Zé Roberto, choro.

 

Sorriso

Bernardinho está mais calmo. Sabe que não pode cobrar essa geração tricampeã olímpica como cobrava a anterior, do bi em 2004. Está mais velho, claro, pensando em cuidar das filhas que não viu crescer. A mais nova, nem sequer viu nascer. E guarda isso como um preço que o sucesso no vôlei o fez pagar. Sacrifícios por seis medalhas olímpicas como técnico, além da prata como jogador.

Obviamente segue perfeccionista. Nem mesmo o tradutor colocado à disposição durante as entrevistas escapa. Educadamente, a partir do segundo dia de partidas, o técnico da seleção dispensa o(a) tradutor(a) e faz ele mesmo as duas versões das respostas, em inglês e português –às vezes em espanhol. Até a pergunta dos jornalistas ou a resposta do filho Bruninho (os capitães também são obrigados a falar com a imprensa) Bernardinho não se contém e traduz.

Mas naquele que pode ter sido o último dia dele como técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, na última pergunta, em certo momento, ele ri. Alto para os padrões de entrevistas coletivas. Gargalhada como pouco se vê durante o trabalho do exigente líder.

Bernardinho brinca, diz que até mesmo os sócios estão cobrando sua presença nos negócios. E faz propaganda do restaurante Delírio Tropical. Momento merchandising. Ri. Está, enfim, mais leve consigo mesmo. Dois jornalistas entram na brincadeira, dizem que ele será punido pela FIVB por fazer propaganda na Olimpíada. “Pode suspender por dez jogos”, deleita-se, inclinando-se para trás na cadeira, seu trono de campeão olímpico no Rio, sua cidade. Depois de dias ímpares de entrevistas tensas, muitos riem com ele.

 

Abertura

Gisele Bundchen vai desfilar na cerimônia de abertura? “Maybe”, diz a resposta oficial. Não é fácil descobrir segredos da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Mas, em casa, o jornalista sabe (ou acha que sabe) para onde atirar. Como um atleta do tiro com arco, vê-se o alvo, mira-se nele, mas no caminho há vento, tensão, erro. Mesmo assim, é preciso atirar.

Quem vai acender a pira? Quem vai cantar? Quem vai ser homenageado? Quem, quem, quem? Os segredos são revelados em um guia, logo na chegada do estádio. Um roteiro que mostra passo a passo o que vai acontecer. Ou o que deveria. Por esse guia, por exemplo, sabia-se que Michel Temer seria anunciado. E não o foi. Também se descobriria que Paulinho da Viola cantaria o Hino Nacional.

O que nenhum roteiro traz é a informação: “neste momento, todos choram”. E foi assim quando Paulinho começou a tocar e cantar. Depois, novamente, no desfile de Gisele ao som de “Garota de Ipanema”. E canção atrás de canção. Naquele momento, no dia da abertura, já era possível saber que a trilha sonora dos Jogos do Rio teria o acréscimo de alguns acordes com suspiros, lágrimas e soluços.

 

Encerramento

Se o suspense toma conta da cerimônia que abre os Jogos, na festa de encerramento era possível ver fantasias, adereços e até o campo do Maracanã sendo decorado na véspera. Bastava acessar o caminho que levava à final masculina do vôlei, no Maracanãzinho. Um grande Carnaval estava sendo programado. Óbvio. Nem por isso menos empolgante quando a festa começou no estádio.

Ingleses, costa-riquenhos, alemães, brasileiros. Todos –ou quase todos, pois alguns ainda trabalhavam àquelas altas horas do domingo–, caíram no samba. Fotos, vídeos, transmissões ao vivo pelas redes sociais. O medo de ser punido por qualquer imagem captada durante os Jogos acaba na festa de encerramento. Sorrisos. No metrô, nos ônibus, nas ruas, sob chuva, atletas, membros de delegação, torcedores deixam o Maracanã com pedaços de fantasias e adereços. Parte do que querem levar de recordação dos últimos 17 dias no Rio de Janeiro. E o sentimento que no Brasil tudo acaba em Carnaval. Ainda bem.

 

Emoções

Tente não chorar ao presenciar a mãe de um atleta, na arquibancada, vendo seu filho ou filha recebendo ou perdendo uma medalha olímpica.

 

Emoções

Do silêncio absoluto antes da largada até os gritos histéricos da chegada, tente não sorrir vendo Usain Bolt vencer mais uma prova, sorrindo.

 

De chorar

Piscina verde, Lochte, filas, Lochte, alimentação cara, falta de alimentação, Lochte, problemas na Vila, Lochte, torcida mal educada, lugares vazios, Lochte, gastos público, despoluição, Lochte.

 

De sorrir (com lágrimas nos olhos)

Wu, Rafaela, Mayra, Baby, Hypolito, Nory, Zanetti, Braz, Poliana, Isaquias (3 vezes), Erlon, Robson, Ágatha, Bárbara, Martine, Kahena, Alison, Bruno, Weverton, Maicon, Serginho, torcida bem humorada, Bolt, Phelps, Biles, cerimônias, Hortência, Vanderlei, Guga (1.000 vezes), Jogos do Rio.

William abraça Serginho no pódio (Dominic Ebenbichler?Reuters)
William abraça Serginho no pódio (Dominic Ebenbichler?Reuters)
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Uma madrugada bárbara no Mineirão vista nos bastidores do Maracanãzinho http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/08/13/uma-madrugada-barbara-no-mineirao-vista-nos-bastidores-do-maracanazinho/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/08/13/uma-madrugada-barbara-no-mineirao-vista-nos-bastidores-do-maracanazinho/#respond Sat, 13 Aug 2016 13:24:27 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2942 2

Acaba o jogo da seleção feminina. Quarta vitória, nenhum set perdido. As jogadoras vão para o ritual que criaram no Rio: a volta olímpica cumprimentando os torcedores à beira da quadra. O DJ toca “Tempo de Alegria” e a voz de Ivete Sangalo vira uma espécie de trilha sonora de “Feitiço do Tempo”. Uma rotina que se repete a cada dois dias no Maracanãzinho, sempre depois da meia-noite.

Depois começa o protocolo de entrevistas. Primeiro uma jogadora fala com a torcida que ainda permanece no ginásio. A entrevistadora oficial é Betina Schmidt (ex-promessa da seleção de vôlei, ex de Bruninho, modelo e agora apresentadora de TV). Após a formalidade, vêm as TVs e as rádios. Só então as jogadoras passam por um corredor para falar com a imprensa escrita. Umas param, outras correm para o vestiário.

No fim, chega a hora do papo com Zé Roberto. Na madrugada desta sexta para sábado, porém, foi diferente.

O técnico da seleção não parou na chamada “zona mista” apenas para conceder entrevista. Zé assistiu à decisão por pênaltis entre Brasil e Austrália.

Ele caminhava tranquilamente ao lado do assessor de imprensa da seleção Vicente Condorelli, logo após Marta perder sua cobrança e a goleira Bárbara colocar o Brasil de volta à disputa com outra defesa. Quando soube o que estava ocorrendo ali, o treinador acelerou o passo e conseguiu ver as cobranças decisivas.

Assistiu à classificação épica no Mineirão diretamente de um corredor nos bastidores do Maracanãzinho. Como as imagens vinham do laptop de um dos repórteres, via Internet, Zé, jornalistas e voluntários ficaram sabendo da vitória pelos gritos vindos do vestiários. Naquele momento, as jogadoras da seleção já estavam assistindo à disputa do futebol por uma TV. E a segunda grande vibração da madrugada ecoava em gritos agudos pelos corredores. Segundos depois, por meio de um monitor colocado no chão da “zona mista”, Zé viu outras meninas em festa nos Jogos Olímpicos. Que madrugada bárbara para o Brasil.

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Imprensa ganha repelente do comitê organizador para encarar os Jogos Olímpicos do Rio http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/26/imprensa-ganha-repelente-do-comite-organizador-para-encarar-os-jogos-olimpicos-do-rio/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/26/imprensa-ganha-repelente-do-comite-organizador-para-encarar-os-jogos-olimpicos-do-rio/#respond Tue, 26 Jul 2016 18:37:45 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2888 Repelente contido no kit de imprensa distribuído nos Jogos do Rio (Crédito: Paulo Roberto Conde/Folhapress)
Repelente contido no kit de imprensa distribuído nos Jogos do Rio (Crédito: Paulo Roberto Conde/Folhapress)

A imprensa presente ao Rio para a cobertura dos Jogos Olímpicos começou a receber nesta segunda-feira (25) os kits que tradicionalmente são dados a cada edição do evento.

O mimo geralmente é composto de uma mochila, guias de operação para os jornalistas e outros badulaques como pins, bloco de anotações, camisetas.

No kit distribuído na capital fluminense, além da mochila e do guia de mídia há um único item, que se destaca: um frasco de repelente.

Em meio à onda de críticas e abandonos por causa do vírus da zika, a inclusão dele no kit é mais do que justificável.

Estima-se que mais de 20 mil jornalistas de todo o mundo virão ao Rio para os Jogos Olímpicos.

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Revista americana projeta 20 medalhas para o Brasil e país fora do top 10 na Olimpíada do Rio http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/22/revista-americana-projeta-20-medalhas-para-o-brasil-e-pais-fora-do-top-10-na-olimpiada/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/22/revista-americana-projeta-20-medalhas-para-o-brasil-e-pais-fora-do-top-10-na-olimpiada/#respond Fri, 22 Jul 2016 22:13:01 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2850 Revista esportiva mais conceituada do mundo, a norte-americana “Sports Illustrated” publicou sua tradicional projeção dos resultados olímpicos em sua mais recente edição.

Segundo a bola de cristal da revista, o Brasil vai conquistar 20 medalhas nos Jogos do Rio, em agosto, sendo 6 de ouro, 4 de prata e 10 de bronze.

Com esse resultado, o Brasil ficaria fora dos dez primeiros colocados no quadro de medalhas, pelo total de pódios. Ou seja, não cumpriria assim a meta estabelecida pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil).

As 20 medalhas seriam o recorde do país nas Olimpíadas, mas apenas com três a mais do que em Londres-2012, quando os brasileiros foram 17 vezes ao pódio.

O destaque, segundo a “SI”, será o vôlei de praia brasileiro, com dois ouros, uma prata e um bronze (veja relação abaixo). A segunda modalidade mais laureada seria o judô, com três.

Atuais campeões olímpicos, Sarah Menezes ficaria com o bronze no Rio e Arthur Zanetti com a prata, de acordo com a projeção americana. As bicampeãs do vôlei, seriam bronze enquanto a equipe masculina deixaria os Jogos como campeã.

Algumas conquistas seriam inéditas, como os ouros do futebol masculino e da canoagem velocidade. Já a luta olímpica subiria ao pódio pela primeira vez, com Aline Silva, e o tiro voltaria a medalhar após 96 anos, com Felipe Wu.

Confira o quadro de medalha do Brasil na Rio-2016, segundo a “Sports Illustrated”:

Ouro – 6
Erlon Souza e Isaquias Queiroz (canoagem velocidade – C2 1.000 m)
Martine Grael e Kahena Kunze (vela – 49erFX)
Futebol masculino
Vôlei masculino
Alison e Bruno (vôlei de praia)
Talita e Larissa (vôlei de praia)

Prata – 4
Arthuz Zanetti (ginástica artística – argolas)
Mayra Aguiar (judô – 78 kg)
Felipe Wu (tiro – pistola de 10 m)
Pedro e Evandro (vôlei de praia)

Bronze – 10
Robson Conceição (boxe – 60 kg)
Victor Penalber (judô – 81 kg)
Sarah Menezes (judô – 48 kg)
Érica Miranda (judô – 52 kg)
Futebol feminino
João Gomes Júnior (natação – 100 m peito)
Ana Marcela Cunha (maratona aquática)
Vôlei feminino
Ágatha e Bárbara (vôlei de praia)
Aline Silva (luta – 75 kg)

 

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Entre fotos e preços altos, megaloja da Rio-2016 na praia atrai colecionadores e curiosos http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/12/entre-fotos-e-precos-altos-megaloja-da-rio-2016-na-praia-atrai-colecionadores-e-curiosos/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/12/entre-fotos-e-precos-altos-megaloja-da-rio-2016-na-praia-atrai-colecionadores-e-curiosos/#respond Tue, 12 Jul 2016 13:32:06 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2814
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As crianças logo avançam sobre as mascotes dos Jogos Olímpicos (Vinícius) e Paraolímpicos (Tom). Adultos param em frente as camisetas e tentam escolher o modelo que mais agrada. Colecionadores debruçam-se sobre as moedas comemorativas.

A maioria deles, porém, no domingo (10), apenas tiravam fotos, faziam selfies e levavam na câmera do celular as lembranças da Rio-2016.

Na megaloja da Rio-2016 inaugurada a 12 dias na praia de Copacabana, há opções para todos os gostos olímpicos. Mas não necessariamente para os bolsos, segundo alguns clientes.

Um Tom ou um Vinícius de pelúcia custa R$ 115. As camisetas, em média, R$ 100. Já as moedas variam de R$ 13, a mais simples, a R$ 1.1180 cada, a de ouro.

Segundo uma das vendedoras da parte destinada à Casa da Moeda, dentro da megaloja, mais de 20 destas moedas de ouro já foram vendidas no local, principalmente a colecionadores.

De acordo com o comitê organizador da Rio-2016, 140 mil pessoas visitaram a megaloja na primeira semana, com 7.250 transações realizadas. O gasto médio por pessoa foi de R$ 170.

Mascotes, sandálias de dedo e a linha de camisetas e bonés estão entre os mais vendidos, segundo a Rio-2016. Sobre qual das mascote vende mais, o comitê diz que “estão tecnicamente empatados” (apesar de os dois tamanhos do Vinícius estarem esgotados na loja online).

Além de itens básicos, o visitante ainda pode comprar uma (mini) réplica da tocha olímpica (R$ 550), cadeira de praia (R$ 220), vinhos (de R$ 55 a R$ 80), maiô (R$ 180, da coleção da ex-nadadora Fabíola Molina) ou pincel para pintar o rosto de verde-amarelo (R$ 20).

“Sem noção. Está muito caro. Isso aqui é para gringo”, diz a carioca Conceição Fonseca, que visitou a loja e tirou várias fotos junto com a também moradora de Copacabana Angelina Moura. “Falta de respeito”, completou a amiga.

Alguns visitantes, porém, saíram com as sacolas cheias, como a mãe e filha, Augusta e Anice Bergamim. “Compramos várias coisas no Pan [2007], na Copa [2014] e agora estes da Olimpíada. É para mim mas também uns prsentinhos”, diz Anice.
O comitê diz que a megaloja de Copacabana vendeu três vezes mais do que era esperado para esse momento. E, pelo histórico de outros Jogos, sabe que cerca de 70% de todas as vendas de produtos licenciados acontecem durante os 17 dias de evento (entre 5 e 21 de agosto).

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Recordista em camisinhas para atletas, Rio-2016 também distribui preservativos a jornalistas http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/08/recordista-em-camisinhas-para-atletas-rio-2016-tambem-distribui-preservativos-a-jornalistas/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/07/08/recordista-em-camisinhas-para-atletas-rio-2016-tambem-distribui-preservativos-a-jornalistas/#respond Fri, 08 Jul 2016 11:00:28 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2769 Dispensar de camisinha dentro de banheiro no centro de imprensa da Rio-2016 (Créditos: Paulo Roberto Conde/Folhapress)
Dispenser de camisinha dentro de banheiro no centro de imprensa da Rio-2016 (Créditos: Paulo Roberto Conde/Folhapress)

Os Jogos Olímpicos do Rio já entraram para a história como aqueles com maior distribuição de camisinha para atletas e membros de delegação. Conforme revelado pela Folha, 450 mil preservativos serão dados na Vila dos Atletas.

Aparentemente, a organização do megaevento esportivo não acredita que a volúpia ficará restrita aos atletas.

Foram colocados os chamados dispensers (máquinas de distribuição) nos banheiros do MPC (Main Press Centre, em inglês; o centro principal de mídia), dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

A camisinha é gratuita para qualquer jornalista, técnico ou fotógrafo que estiver passando pela enorme instalação, que fica em um prédio de 24 andares. Basta girar duas alavancas e pronto, o preservativo está à mão.

Como a Olimpíada é um evento global, os dispensers vêm com instruções em português, inglês e espanhol.

Os distribuidores revelam que a campanha tem apoio da Prefeitura do Rio e do governo federal.

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana que, ao todo, serão distribuídos 9 milhões de preservativos durante os Jogos.

Haja amor nos Jogos do Rio…

Dispenser de camisinha dentro de banheiro no centro de imprensa da Rio-2016 (Créditos: Paulo Roberto Conde/Folhapress)
Dispenser de camisinha dentro de banheiro no centro de imprensa da Rio-2016 (Créditos: Paulo Roberto Conde/Folhapress)
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Graça: Vôlei na Olimpíada de Inverno, volta dos 15 pontos, polêmica no Irã e os dólares japoneses http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/06/24/graca-volei-na-olimpiada-de-inverno-volta-dos-15-pontos-polemica-no-ira-e-os-dolares-japoneses/ http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/2016/06/24/graca-volei-na-olimpiada-de-inverno-volta-dos-15-pontos-polemica-no-ira-e-os-dolares-japoneses/#respond Fri, 24 Jun 2016 18:39:05 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/133121242.jpeg http://olimpicos.blogfolha.uol.com.br/?p=2730 Ary Graça em seu apartamento no Leblon, no Rio (Zo Guimarães/Folhapress)
Ary Graça em seu apartamento no Leblon, no Rio (Zo Guimarães/Folhapress)

Ary Graça, 73, em entrevista à Folha, publicada na última quarta-feira (22), falou dos problemas da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) com o comitê organizador dos Jogos do Rio, opinou sobre o público na Olimpíada, falou de outros esportes e até das denúncias contra ele.

O presidente da FIVB também tratou de vôlei e das ideias que tem para a modalidade enquanto for presidente –o mandato dele vai até 2024, quando terá 81 anos. Graça cogita a ideia de ter o vôlei na Olimpíada de Inverno e reforça os planos para reduzir o tempo de hoje para o limite de 1h45. Ainda comenta sobre a polêmica com o Irã  e os negócios com os japoneses.

 

Dinheiro

O Comitê Olímpico Internacional repassa milhões de dólares às federações internacionais a cada ciclo olímpico, com base em grupos que redefine normalmente a cada quatro anos. Em 2013, na última divisão, ficaram no Grupo A as federações de desportos aquáticos, atletismo e ginástica. No B, basquete, ciclismo, futebol, tênis e vôlei. A divisão ainda tem entidades no C e no D. O primeiro grupo recebeu US$ 47 milhões, enquanto o segundo, US$ 22 milhões, cada entidade. E Ary Graça colocou como meta elevar o vôlei para o Grupo A antes dos Jogos de Tóquio-2020.

“Nossa meta é estar no Grupo 1, que deu US$ 40 milhões a cada um deles. Eu ganhei US$ 22 milhões. Mas quero os 40. O vôlei não quer ficar parado. Estou vendendo a imagem que sou um esporte da família. O vôlei tem 60% da torcida formada por mulheres. O fato de não ter paixão, como o futebol, é ruim para caramba, se tivesse clubes de camisa seria maravilhoso. Mas em compensação não tem briga”, diz Graça.

 

TV

Segundo o próprio Graça, o Japão sustenta a FIVB. Ele explica a conta: “A Fuji TV, a TBS e a Nippon TV pagam por evento, por campeonato. São US$ 8 milhões pela Copa do Mundo, por exemplo. O Campeonato Mundial feminino de 2018 será no Japão e pagaram US$ 14 milhões. Com a Globo eu refiz o contrato de 2010, que vai até 2018, e por esse período eles pagaram entre US$ 20 e US$ 30 milhões pelos direitos de transmissão de tudo.”

 

Mudanças no jogo

A FIVB está fazendo alguns estudos e testes para deixar qualquer partida de vôlei com no máximo 1h45, tempo que consideram ideal para as transmissões de TV. “Há várias possibilidades, uma delas é ter todos os sets com 15 pontos e os times precisarão jogar os cinco sets. Ganha quem tiver mais pontos no final. Basquete é assim. Você sabe que é próprio do ser humano não querer mudar nada. Mas a TV é fundamental para nós”, afirma. No futuro, porém, Graça acredita que vai conseguir ter lucro com as transmissões via Internet também. “Em quatro ou cinco anos vamos tirar dinheiro daí.”

 

Américas do Norte e Central

“Estamos fazendo um esforço muito grande na América Central. Mais de US$ 10 milhões investidos para desenvolver o vôlei lá. E a direção passada da FIVB não falava com os EUA, porque eles são um país diferente. Hoje estou fazendo acordos, já fiz quatro torneios lá. Estava disposto a fazer investimento e ganhei dinheiro. Não quero tomar mercado, quero 3% do mercado americano e já é mais do que já tenho hoje. Nós estamos resolvendo o problema interno deles, porque o universitário não fala com a quadra, que não fala com a areia. Conclusão, já fizemos negócio com a [rede de TV] NBC”.

 

Irã

“É um problema enorme aquilo ali. Prenderam a garota [Ghoncheh Ghavami, 25, foi condenada a prisão por tentar assistir a uma partida de vôlei em seu país]. Eu escrevi para o presidente do Irã [Hassan Rohani], ele me respondeu, mandei outra carta. Estive com a mulher do Women Women Rigths e disse: ‘Quem sou eu para chegar para um governo, falar de muçulmanos e dizer que Moisés agora sou eu’?”.

A polêmica ocorreu em 2014, e o presidente da FIVB disse que ainda negocia uma solução.

“Vamos com calma, vamos levando. E o Irã agora está muito bem, vôlei é o esporte número um no Irã. Falei para a mulher: “A senhora está sendo preconceituosa, está se atendo ao problema da mulher nos jogos do masculino, mas o homem também não podem também ver o homem no feminino’. Já fizemos torneio de praia lá e passou. A solução estava bem encaminhada com o governo. Aí vem o aiatolá e diz que não pode, porque o povo protesta. Estava tudo certo, aí vieram os fanáticos e disseram que ia quebrar tudo, jogar bomba. Pedi para recuar, não quero morrendo gente no vôlei. Ele não liga nem para a Europa ou os Estados Unidos, acha que vão abrir mão de algo por causa do vôlei. Nosso sistema é ir com jeitinho. Queremos uma parte do ginásio para as mulheres e outra para os homens. Achei melhor o recuo tático e ano que vem vamos atacar de novo”, explica Graça.

 

Uniformes das mulheres no vôlei de praia

“Nunca ninguém reclamou para a gente. Ao contrário, acho injusto, em tom de brincadeira, claro, as meninas jogarem de biquíni e os caras jogarem com bermuda longa. Injusto paras mulheres, as feministas deviam criar caso para os caras botarem as pernas de fora. Sem camisa não dá por causa do patrocínio. Tudo é moda, na minha época tinha que jogar de sunga”.

 

Vôlei nas Olimpíadas de Inverno?

“Você sabia que já tem vôlei no gelo? Já tem. Está em estudo no hemisfério norte. Quadra de gelo, com tênis especial. Para que a gente possa entrar nos Jogos de Inverno. É uma ideia nossa. Dá para fazer tranquilamente. Tem que ter vôlei o ano inteiro para ter contrato com a TV o ano inteiro.

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ENTENDA AS DENÚNCIAS DE IRREGULARIDADES QUE ATINGEM ARY GRAÇA

Em março de 2014, denúncias de irregularidades em contratos vieram à tona em reportagens da ESPN Brasil, segundo as quais duas empresas de dois ex-dirigentes da CBV, Marcos Pina e Fabio Azevedo, teriam recebido R$ 10 milhões cada uma em comissões para intermediação de contratos diretamente tratados com patrocinadores.

No mesmo mês, o então presidente Ary Graça, a quem os dois eram ligados, pediu renúncia da presidência e foi sucedido por Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca.

A confederação contratou auditoria externa que confirmou o pagamento de recursos sob suspeita. Em seguida, disse que os contratos (com duração até 2017) seriam suspensos. Graça sempre negou as acusações.

O caso foi investigado pela CGU (Controladoria-Geral da União). O órgão federal emitiu relatório que gerou a suspensão do contrato de patrocínio do Banco do Brasil, que perdurava desde 1991 e pagava anualmente R$ 70 milhões à CBV, segundo a Folha apurou em dezembro de 2014, data da ruptura.

Meses depois, o banco retomou o patrocínio depois de a confederação cumprir uma série de exigências.

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Tochas emparelhadas para serem distribuídas em Manaus (Créditos: Paulo Roberto Conde/Folhapress)

O 1min30s que passei com a tocha olímpica em minhas mãos ao longo de 200 m na av. Floriano Peixoto, no centro velho de Manaus, sob sol inclemente de 31ºC neste domingo (19), foi imperceptível.

Confesso que me peguei em meio a um vazio, um escape. Envolto em tantos preparativos antes de recebê-la, na hora “H” me vi privado de sensações. Havia emoção, é claro, mas também desorientação.

Acho que o mais honesto é contar o que penso agora que vivi essa experiência, limitada a 12 mil condutores em um país cuja população extrapola as 200 milhões de almas.

O combinado era estar às 10h30 no ponto de encontro da minha turma, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, encravado no centro histórico, em construção do século 19.

Cheguei antes, porque assim mandou o nervosismo. Preocupava-me onde deixar as vestes, uma vez que os condutores recebem um uniforme padrão com logomarca da Rio-2016 e do fornecedor de material esportivo.

Tolice pura. Entregaram-me, de pronto, um kit com sacola para deixar tudo. Uma senhora que também levaria a chama, moradora de Manaus, ofereceu-se para guardar as coisas. Não se preocupe, disse ela, minha família toda veio ver.

Veio ver, no caso, significou fretar um micro-ônibus para transportar mais de 30 pessoas de seu “fã-clube oficial”.

Troquei-me em um banheiro que se tornou vestiário improvisado no mercado, e me senti confortável com a roupa.

Fiz bem, acho, de pedir uma numeração maior, parte em razão do peso, admito, mas mormente pelo calor. Sentir-se à vontade era uma necessidade.

Era hora de conhecer a tocha, ficar perto. O contato com aquela peça de plástico e metal, pouco mais de 1 kg, transportou-me diretamente para a década de 1930. Ou, mais precisamente, o ano de 1936.

Momento de concentração para passar os procedimentos aos condutores
Momento de concentração para passar os procedimentos aos condutores

O alemão Carl Diem, figurão do Movimento Olímpico (foi quem criou a Academia Olímpica Internacional), teve a ideia de criar o revezamento da tocha antes dos Jogos de Berlim.

Era um período agitado, de ascensão do Reich da propaganda de Adolf Hitler, que todos sabem no que deu, e de luta por sobrevivência do Comitê Olímpico Internacional.

O pai da era moderna dos Jogos, Pierre de Frédy (o barão de Coubertin), já não presidia mais a entidade e sofria de problemas graves de saúde –morreria em 1937. O Movimento Olímpico ia na mesma toada.

Os Jogos, nem em sonho, tinham a mesma relevância e internacionalização de hoje. Na maioria das vezes, passavam batido nas cidades que os sediavam. Para Diem, envolver mais as pessoas era a solução.

Depois de desfilar com a tocha, passei a concordar.

As pessoas criam ou se apegam a símbolos para acreditar. Eles cumprem um papel, preenchem um vazio, são salvação.

A tocha, de certa forma, foi uma salvação para o Movimento Olímpico, porque quebrou a aura aristocrática do COI e dos Jogos, tão cheios de pompas e protocolos, e aproximou do contato público.

Foi essa ligação o que mais me tocou neste domingo.

Como na hora em que vi que, ao meu lado, uma condutora de Brasília, outra do Uruguai e tantos de Manaus.

Na concentração dentro do mercado, as pessoas se acotovelaram, pediram “pelo amor de Deus” para fotografar ou tocar a tocha, mesmo sem tanta noção do que é a Olimpíada.

Em dado momento, parecemos astros do pop, mas anônimos. Ninguém sabia nossos nomes, mas pediam fotos para as pessoas que estavam lá por causa da “tal da Rio-2016”.

Ao mesmo tempo em que constrangeu um pouco, porque afinal de astros nós não temos nada, foi o maior barato.

Já na rua, me posicionei próximo a um poste onde estava colado meu número de inscrição (69). Era questão de instantes até receber a chama.

Mas, nestes breves momentos, posei para fotos com mulher com cachorro, homem, menino, menina, família inteira, casal.

“É isso aí, campeão”, gritou um popular que corria ao lado dos condutores. Foi das poucas coisas que ouvi enquanto levava a chama. Na hora deu um branco, só me lembro de agradecer pelo apoio, a esmo.

Tudo passou muito rapidamente, como num flash.

Fui indagado por pessoas próximas, depois de tudo acabado, sobre se chorei. Não.

A ocasião pedia um sorriso.

 

Com a tocha olímpica em mãos, antes de correr
Com a tocha olímpica em mãos, antes de correr
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