O jovem nadador Matheus Santana tem tudo para ser uma das boas novidades da delegação brasileira na Olimpíada do Rio-2016.
Aos 18 anos, ele já integra a seleção nacional adulta, ganhou três ouros nos Jogos Sul-Americanos de Santiago, em março, e já se considera “na elite da natação do país”. “Aos poucos vou conquistando meu espaço. Mas ser comparado com Cesar Cielo e Thiago Pereira, aí não [risos].”
Ele tentará dar mais mostras de seu talento nos 50 m livre e 100 m livre no Troféu Maria Lenk, que ocorre a partir desta segunda-feira em São Paulo.
Como todo bom carioca, Matheus adora o Rio. Não vê a hora de disputar os Jogos. Mas não poupa críticas à degradação das praças esportivas olímpicas da cidade, que só fez aumentar recentemente. Desabafou.
“O esporte olímpico do Rio está acabado. Só se pensa em futebol. Flamengo e Vasco acabaram com projetos grandes que tinham de uma maneira que não foi muito certa”, disse o nadador.
O rubro-negro finalizou em dezembro de 2012 quase todas as suas equipes olímpicas. Cesar Cielo, que defendia o clube, foi um dos lesados.
Lapidado no Botafogo, há mais de um ano ele trocou General Severiano pela Unisanta, de Santos. A falta de competições e estrutura o preocupava. “Eu queria me manter motivado, então tive de sair do Botafogo. Tenho saudades, porque o Rio é uma cidade boa para morar.”
Desde que o Rio foi eleito sede da Olimpíada de 2016, instalações importantes como o estádio de atletismo Célio de Barros e o parque aquático Julio Delamare ficaram praticamente impossibilitadas de serem usadas.
Ambas seriam derrubadas para servir à Copa do Mundo, mas acabaram mantidas.
Ainda assim, os atletas que nelas treinavam acabaram prejudicados.
O Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), por sua vez, que será palco do atletismo nos Jogos de 2016, está desde o ano passado fechado para reparo em sua cobertura. Torneios internacionais da modalidade e até treinos de competidores baseados no Rio eram realizados nele.
“Meu sonho era que [o Rio] tivesse clubes fortes para formar times competitivos [olímpicos] de basquete, vôlei, polo aquático… Às vezes, os atletas em si não querem sair, mas a estrutura dos clubes e da cidade não ajudam”, resumiu Matheus.